Honrar a memória, construir o futuro


A semana ficou marcada por vários, trágicos, desaparecimentos: José Bastos, Reinaldo Teles, Maradona e Vítor Oliveira. Com sentido pesar e na certeza de que o futebol ficou mais pobre, permitam-me, em relação ao Vítor Oliveira, reforçar algumas características que o tornaram numa figura incontornável. Não foi apenas o mérito desportivo que o consagrou.

Leal, frontal, amigo do amigo, com pensamento próprio, um dos raros exemplos do que é saber honrar o passado, como jogador, para defender, com honestidade intelectual e enorme respeito, os protagonistas do jogo. Nunca se acomodou, sabia pôr o dedo na ferida, mostrou sempre que era possível mais e melhor e merece ser lembrado por tudo o que nos ensinou. Obrigado, Vítor.

Quanto a Maradona, com virtudes e defeitos, foi o meu ídolo, com quem aprendi a amar o futebol. Obrigado Diego, por humanizares a profissão e estares sempre ao lado dos futebolistas! Descansa em paz!

Temos de continuar e no futebol, no desporto ou na vida, cabe-nos construir um futuro que honre a memória de quem já partiu. Esta semana, convido a comunidade desportiva a ler um pouco mais sobre o HALT, financiado pelo programa ERASMUS+ da União Europeia, em halt.phed.auth.gr.

O assédio assume várias formas e no desporto as vítimas debatem-se com a ausência de canais eficazes para obter o apoio que necessitam. No HALT foi criado um canal onde de forma anónima podem ser partilhadas experiências, visando sobretudo mapear os abusos e contribuir para o importante trabalho ao nível das respostas que têm de ser criadas.

A propósito do Dia Mundial Para a Eliminação da Violência Contra as Mulheres, partilhámos um vídeo produzido no âmbito deste projeto que visa chamar a atenção para a particular incidência e fragilidades do desporto feminino.

Artigo de opinião publicado em: jornal Record (1 de dezembro de 2020)

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