Coragem, ânimo e alento
Numa altura em que se aproximam novas medidas restritivas impostas pelo Governo, quero reforçar a confiança de que, com o conhecimento científico que temos hoje à disposição e, sobretudo, o rigoroso plano de contingência adotado pelo futebol, temos as condições para continuar a levar a cabo as nossas competições.
O feedback que tenho recebido dos jogadores reflete essa convicção de que manter a atividade em funcionamento é tão desejável quanto vital, um garante da normalidade possível, com todas as medidas de segurança estabelecidas.
Já o referi noutras ocasiões, mas reforço que, no que estiver ao alcance da classe que represento, tudo faremos para que o futebol enquanto indústria e o desporto enquanto sector continuem a dar ânimo e alento à sociedade, transmitindo os valores da responsabilidade e superação.
Por falar nestes valores, o Rui Caetano terminou a carreira com um grande golo e as lágrimas de quem terminou cedo a profissão que tanto ama, mas consciente da sua decisão.
O Caetano é daqueles jogadores que nos impressionam pela correção, educação, forma de estar honesta e leal, um sentido de profunda identificação com os clubes que representou e uma relação especial com os seus adeptos.
O Sindicato esteve ao seu lado recentemente, num momento menos bom, em que, apesar do desânimo com alguns dos problemas que se colocavam, não deixou de revelar um amor incondicional ao jogo e uma grande vontade de regressar em grande, como o veio a fazer no Varzim.
E quem não se lembra quando partiu a loiça toda na Seleção vice-campeã do Mundo de sub-20, em 2011? A vida profissional de um jogador é curta. Ficam, além dos feitos desportivos, a forma de estar e as relações construídas dentro e fora do balneário. Envio um forte abraço ao nosso Caetano.
Artigo de opinião publicado em: jornal Record (12 de janeiro de 2021)