Doping e match-fixing


Esta semana trago dois temas que, pela importância, mesmo em tempos de crise, não devem ser ignorados. O doping continua a ser matéria sensível e cuja desinformação é, muitas vezes, a pior inimiga.

No passado dia 1 de janeiro, entraram em vigor alterações ao código mundial antidoping. Um dos destaques, creio que muito influenciado pelo ‘caso Paolo Guerrero’ em 2018, é a revisão da suspensão pelo teste positivo a algumas "substâncias de abuso" (incluindo canábis, ou cocaína), relevando o facto de terem sido ingeridas fora da competição e sem o objetivo de ajudar a performance desportiva, com uma moldura sancionatória até três meses de suspensão.

A educação, prevenção e conhecimento das regras nesta temática têm sempre de andar juntas.

Outro fenómeno particularmente preocupante em tempos de crise é o match-fixing, pelo aumento das fragilidades de clubes e jogadores. O aparecimento de investimentos avultados neste período, especialmente em escalões inferiores, o recrutamento massivo de jogadores estrangeiros e as situações de abuso, devem motivar uma atenção redobrada.

Nunca é demais recordar que desde 2017 temos uma legislação bastante dura no que respeita a esta temática, que pune os agentes desportivos que apostem, a angariação ou manipulação propriamente dita, a que decorre dentro das quatro linhas. Cabe-nos a todos estar atentos e manter o empenho no combate a um inimigo difícil de identificar.

Uma nota final para a ‘final four’ da Taça da Liga que arranca em Leiria, num ano atípico em que não poderemos contar com a presença dos adeptos. Desejo as maiores felicidades a todos os intervenientes e, sobretudo, que tudo decorra com a maior segurança, para que a população possa seguir estes grandes jogos em confinamento.

Artigo de opinião publicado em: jornal Record (19 de janeiro de 2021)

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