Responsabilidade


Caminhamos a passos largos para a reta final de uma época desportiva que fica marcada pela situação de crise e quebra de receitas entre os operadores do sistema desportivo.

Os impactos da pandemia na situação dos atletas profissionais, além da perda de oportunidades de emprego, são sentidos muito em especial por aqueles cujos vínculos laborais precários conduziram a um corte abrupto nos rendimentos e à consequente falta de prestações sociais disponíveis.

O fim do campeonato vai trazer a descoberto os problemas existentes e a falta de capacidade de resposta, até aqui disfarçados pelo facto de as equipas se manterem a competir. Exige-se uma conjugação de esforços, articulação das entidades desportivas para disponibilizar apoios, criteriosos e sem margem para aproveitamento.

Revela-se fundamental a capacidade de organização, rigor e eficácia dos mecanismos de controlo financeiro, sendo desejável que a atividade desportiva venha a beneficiar de fundos estruturais para a recuperação económica que salvaguardem postos de trabalho e manutenção dos rendimentos dos trabalhadores.

Mantenho, igualmente, as preocupações com a incapacidade de resposta do sistema ao comportamento dos clubes em PER (Processo Especial de Revitalização).

Volvidos alguns meses sobre a implementação do Plano de Emergência do Sindicato, que tem na sua linha de ação dois mecanismos principais, um de assistência financeira, outro de apoio psicológico para a gestão de situações de crise, acreditamos que a chave continua a estar na identificação atempada dos casos problemáticos e intervenção articulada que previna o agravamento de problemas como aqueles a que assistimos nalguns clubes do Campeonato de Portugal.

Mantemos o apelo aos capitães de equipa para que contem connosco e nos informem preventivamente dos casos que são do seu conhecimento.

Artigo de opinião publicado em: jornal Record (6 de abril de 2021)

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