Perspetivar 2021/22


Entrados na reta final da época, é tempo de perspetivar 2021/22, no que à organização e sustentabilidade do futebol português diz respeito. A falta de respostas efetivas do Estado face às perdas registadas pelo setor do desporto não pode desviar os agentes desportivos do caminho que tem sido traçado para garantir maior rigor, sustentabilidade e qualificação dos quadros.

O diálogo institucional e a discussão, efetiva, sobre alterações regulamentares, desde o licenciamento dos clubes e acesso à competição ao escrutínio da atividade ao longo da época, devem ser objeto de especial atenção para evitar retrocessos.

O tema dos investidores, as soluções para garantir o equilíbrio dos clubes e sociedades desportivas, medidas que defendam a estabilidade competitiva devem passar, como sempre defendi, por uma valorização do espaço próprio de cada organização representativa e uma participação efetiva nas tomadas de decisão que se avizinham.

O setor vai ter de lidar com dificuldades, mesmo depois da reabertura dos espetáculos desportivos ao público, ajustar-se à realidade, criar soluções para evitar o aumento do desemprego e ao mesmo tempo valorizar o investimento que é feito, premiando o esforço, a regularidade e o cumprimento.

Tudo isto num calendário competitivo muito exigente, em que nunca foi tão importante investir na saúde, bem-estar e preparação dos atletas no ativo para a transição de carreira, dando-lhes as ferramentas necessárias para planear com sucesso esse momento, alargando horizontes e perspetivas de emprego futuro.

O Sindicato dos Jogadores continuará a definir esta missão como prioritária. Termino com um elogio ao gesto de fair-play do jogador do SC Covilhã, Wendel Costa. Enobreceu, sem dúvida, a classe e a imagem do futebol português.

Artigo de opinião publicado em: jornal Record (18 de maio de 2021)

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