De cabeça erguida


A Seleção Nacional tem conseguido feitos incríveis, competindo ao mais alto nível, transportando o orgulho em ser português, que transborda o nosso território e está bem patente na euforia da comunidade emigrante e dos muitos adeptos que acompanharam a Seleção desde Budapeste até Sevilha.

O desaire frente à Bélgica deixa-nos tristes, podíamos e merecíamos ir mais longe. De cabeça erguida, Portugal continuará a ter uma seleção forte, unida, agregadora, a lutar por títulos, já com o próximo Mundial em vista.

Só podemos agradecer a este grupo de jogadores o tanto que nos tem dado. Muitos deles integram um grupo de atletas que tem sido sistematicamente exposto à sobrecarga dos calendários competitivos, com períodos de repouso diminutos a somar a condições climatéricas adversas.

É, por isso, igualmente reconfortante vê-los terminar este percurso sem lesões graves ou incidentes como o que sucedeu com Eriksen, depois de um impressionante circuito de viagens, uma bolha anti-Covid e toda a pressão associada à competição.

Esta questão terá que ser, a curto prazo, objeto de reflexão, para proteção dos atletas cujo bem-estar físico e mental tem de ser preservado, para a sustentabilidade da própria indústria.

Mudando de tema, o Sindicato dos Jogadores já abriu as inscrições para a 19.ª edição do estágio para jogadores sem contrato. A nossa equipa continua a dar as melhores condições a jogadores profissionais à procura de clube ou que, tendo clube, necessitem deste espaço para manutenção da condição física, num ambiente de trabalho, partilha e formação pessoal.

São muitos os indicadores de sucesso da iniciativa ao longo dos anos. O Campus do Jogador, em Odivelas, volta a abrir as portas com as mesmas preocupações do ano anterior, face ao contexto Covid.

Artigo de opinião publicado em: jornal Record (29 de junho de 2021)

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