Bravo, Itália


O Euro 2020 chega ao fim com a vitória merecida da seleção italiana, capaz de adaptar o seu plano de jogo às circunstâncias do adversário e mortífera nos momentos decisivos.

O capitão Chiellini é a personificação do espírito que norteou a Itália neste Europeu. Bem formado, humilde, aguerrido, um líder que demonstrou experiência e capacidade de vestir o 'fato macaco' para lutar até ao último apito.

Membro do FIFPro Global Player’s Council, criado com algumas referências do futebol atual, mestre em gestão de empresas e exemplo perfeito de que a carreira dual é possível ao mais alto nível, Chiellini poderá dar muito mais ao futebol, na ótica do jogador. Saibam aproveitá-lo.

À seleção italiana e aos homólogos AIC, liderados por Damiano Tommasi, faço a minha vénia. O testemunho deste título europeu fica muito bem entregue.

Sem retirar mérito à Itália, a UEFA e todos os 'stakeholders' vão reconhecer que este modelo de Europeu não funcionou, gerou desigualdades e criou para os protagonistas um desgaste competitivo injustificável, depois de uma época anormalmente longa para recuperar os calendários das suspensões face ao COVID.

Nota final para o processo de licenciamento para as competições não profissionais, praticamente concluído. Um dos grandes objetivos da regulamentação atual, desde a certificação ao licenciamento, é criar condições para uma melhor organização desportiva e combater o desequilíbrio provocado pelo incumprimento salarial que, com a frequência e reincidência com que tem acontecido, acaba por comprometer o sucesso das competições.

Apesar de alguns casos preocupantes, sinalizados, estamos a trabalhar com a Federação ao nível das garantias e fiscalização, quer na Liga 3 quer no CP, dando um passo decisivo para a sustentabilidade do modelo.

Artigo de opinião publicado em: jornal Record (13 de julho de 2021)

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