Pontapé de saída


Está dado o pontapé de saída na Liga 2021/2022, com grande parte dos plantéis fechados e algumas dúvidas, naturais, na sua composição final. Muitos atletas vivem nesta altura uma situação de dispensa ou afastamento do grupo de trabalho. Este é, provavelmente, o tema mais recorrente desta fase da época.

A experiência diz-me que esta situação tem um impacto enorme no bem-estar e autoestima dos jogadores e não deve ser gerida com passividade, reduzindo a cada dia que passa a margem negocial e a viabilidade de uma solução.

A lei do contrato de trabalho desportivo tem o assédio como proibição óbvia e inequívoca. Mais difícil se revela desconstruir a manifestação das práticas que integram este conceito e garantir a capacidade de o trabalhador obter prova para exercer os mecanismos legais necessários e reverter, quando possível, o ambiente criado com o propósito de que prescinda das suas garantias contratuais ou aceite uma renovação de contrato.

Esta situação não escolhe idades ou estatutos e apelo a que os jogadores procurem aconselhamento e estejam sempre cientes do que precisam acautelar.

Este tema vai merecer análise na próxima quinta-feira, num webinar que o Sindicato dos Jogadores está a organizar no âmbito do projeto Erasmus+ HALT. Abordaremos formas de assédio e abuso, sendo as questões laborais um dos pontos da reflexão, assim como o assédio sexual e as estratégias para proteger atletas, em especial os mais jovens.

Artigo de opinião publicado em: jornal Record (10 de agosto de 2021)

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