Calendários e luto nacional


A gestão de calendários internacionais, o confronto FIFA-UEFA e o caos nas provas nacionais devem merecer a maior atenção de todos os stakeholders do futebol.

Não é sensato pedir aos futebolistas que escolham entre o clube e a seleção, assim como é absurdo esperar que garantam rendimento desportivo em jogos que decorrem sem o intervalo de descanso recomendado e com o desgaste de viagens e fusos horários diferentes.

Esta situação de loucos não precisa de mais um confronto para alterar a calendarização dos Mundiais, quando ainda vamos passar a tormenta da compactação de competições para encaixar o Mundial do Qatar, no inverno de 2022.

Os jogadores precisam de proteção, com a saúde e bem-estar em primeiro lugar, num sistema que garanta melhor distribuição de receitas, estabilidade das relações laborais na base da pirâmide e a possibilidade dos atletas de elite competirem num calendário equilibrado. Espero, sinceramente, que haja bom senso do governo do futebol nesta gestão.

Esta semana, deixo uma palavra sentida de homenagem a Jorge Sampaio, figura incontornável da democracia portuguesa, absolutamente decisivo para a constituição do Sindicato dos Jogadores.

Um homem bom, corajoso, que fez sua a causa de todos os jogadores de futebol. Devemos-lhe muito. Dou ainda os parabéns à seleção de futebol de praia pela vitória na Liga Europeia, uma conquista personificada pelo regresso após lesão do Jordan Santos, uma imagem de superação que define bem o espírito guerreiro do jogador português.

Finalmente, quero deixar ao Rochinha um enorme abraço e votos de rápida recuperação.

Artigo de opinião publicado em: jornal Record (14 de setembro de 2021)

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