Concertação


O futebol português tomou uma posição concertada relativamente à proposta de calendarização do mundial, debatida no seio da FIFA, que visa encurtar a realização do evento de quatro para dois anos. Qualquer discussão séria sobre os atuais quadros competitivos não pode deixar de ter em conta, por um lado, a garantia da saúde e bem-estar dos atletas, mas também, por outro, a visibilidade, competitividade e redistribuição de receitas por forma a que as ligas de média e pequena dimensão, que empregam milhares de jogadores por todo o mundo, não sofram com uma reformulação de competições de clubes e seleções pensada, apenas, para o topo da pirâmide.

Esta preocupação uniu o futebol português e sendo certo que haverá sempre espaço para debater reformas de quadros competitivos para melhorar o funcionamento da indústria, é preciso garantir equilíbrios e posições concertadas, evitar atos unilaterais ou posições extremadas que, quase sempre, acabam no agravamento dos problemas existentes, em vez de os resolverem. Para a FIFPro, o equilíbrio passa por saber que representamos os jogadores de elite que, querem, naturalmente competir pelos seus clubes e seleções estando nas melhores condições possíveis para potenciar o seu rendimento e sucesso desportivo, mas também os profissionais que representam clubes e ligas intermédias, para as quais a diminuição do ritmo competitivo ou desvalorização das competições internas pode ser fatal. Outro sinal de concertação tem sido dado na matéria da concussão.

Em Portugal, o Sindicato dos Jogadores e a Liga Portugal estão a trabalhar com os parceiros internacionais na identificação das melhores práticas para um protocolo que se pretende eficaz e, acima de tudo, capaz de garantir a correta identificação e assistência aos jogadores diagnosticados com uma concussão cerebral.

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