Rui Costa


Ao longo de quase duas décadas de dirigismo desportivo, assisti a uma clara mudança de paradigma relativamente à valorização dos jogadores após a carreira desportiva.

Por um lado, a abertura dos clubes e organizações desportivas para incorporar ex-jogadores nas suas estruturas, por outro, a aposta na qualificação e o percurso de vida dos próprios a ajudar à afirmação de determinadas características, pessoais e profissionais, que não passam apenas pelo percurso académico.

A eleição do Rui Costa para a presidência do SL Benfica é um sinal dessa evolução, que tem vindo a concretizar-se. A legitimação do percurso de um ex-jogador, por quem tenho elevada estima e consideração, com quem privei em especial durante os anos que esteve no ativo.

Apesar da fantástica carreira internacional e de toda a exposição mediática, o Rui soube manter os pés assentes na terra, com humildade, sentido crítico, lealdade e respeito por valores que, estou certo, farão dele um grande dirigente.

Ver esta geração a assumir essa liderança, ex-jogadores como Rui Costa, Vítor Baía, João Vieira Pinto, Pauleta ou Hélder Postiga, entre outros, a exercer cargos ou integrar órgãos de decisão de grandes instituições do futebol português, faz-me ter a certeza de que o investimento no apoio à transição de carreira, a aposta nas carreiras duais, a valorização pessoal e académica das novas gerações, podem potenciar, ainda mais, as oportunidades no dirigismo para ex-jogadores, com uma sensibilidade e um conhecimento de causa acrescidos. Este é um legado de que os jogadores devem orgulhar-se.

Por fim, quero deixar publicamente um forte abraço ao Tarantini, que anunciou o final de carreira. Um enorme exemplo para a classe, preparado para continuar a dar o seu contributo ao futebol, em várias funções.

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