Contra o tráfico humano
A exploração laboral é apenas uma das faces visíveis do tráfico de seres humanos, flagelo que priva da liberdade e autodeterminação milhares de pessoas em todo o mundo.
O Sindicato dos Jogadores tem combatido este fenómeno, reconhecendo que o futebol tem sido porta de entrada para uma vasta comunidade migrante, vítima de esquemas ilícitos e redes ligadas ao tráfico de pessoas ou auxílio à imigração ilegal.
Felizmente, temos melhorado o trabalho em rede. Apesar da assistência jurídica e humanitária que prestamos, sozinhos não conseguiremos dar a necessária resposta social e integrada.
Hoje fazemos parte da rede regional para apoio e proteção a vítimas de tráfico, a quem temos recorrido após sinalização de vários casos. Dentro das estruturas desportivas, a articulação mantida com o SEF, a FPF e a Liga criou regras mais apertadas na inscrição de estrangeiros e gerou enquadramento disciplinar, sem prejuízo dos procedimentos criminais, para punir dirigentes e clubes associados a estas práticas, desde logo por violação de deveres de zelo e cuidado.
Neste Dia Europeu de Combate ao Tráfico de Seres Humanos, reforço a sensibilização de todos os agentes desportivos e a condenação das más práticas que continuam a suceder.
A este propósito, foi com enorme satisfação que o Sindicato se associou à Associação Operária de Promoção Intercultural, que elaborou um guia prático de acolhimento e permanência para a comunidade migrante, onde explica direitos e garantias laborais exigíveis por qualquer cidadão.
Artigo de opinião publicado em: jornal Record (19 de outubro de 2021)