Batalhas comuns


Na última semana integrei a delegação da FIFPro, que celebrou com a European Leagues um memorando de entendimento que representa uma visão comum para o futuro do futebol mundial.

Partilha-se a convicção de que é urgente pensar os calendários e reformas associadas a provas masculinas e femininas, com respeito por outros interesses, que não o mero aumento das receitas no topo da pirâmide.

Se não tivermos cuidado com as alterações a implementar, além de estar em causa a saúde física e psicológica do grupo de atletas de elite afetados pela sobrecarga competitiva, estaremos também a privar outros de se profissionalizarem ou competirem em provas que deixarão de existir, ou de gerar valor económico que as torne sustentáveis.

Há caminho para a mudança que incorpore estes princípios. Outro tema que carece de cooperação é o respeito pelos direitos humanos, a defesa da integridade e segurança dos atletas.

O assédio sexual é um dos flagelos adormecidos do desporto, camuflado pela dificuldade em identificar, proteger e agir sobre suspeitas. As respostas começam na sensibilização para comportamentos de risco.

O Sindicato dos Jogadores levou a cabo um projeto, o HALT, financiado pelo programa Erasmus+, que lançou para telemóvel a versão do jogo desenvolvido por peritos para estimular a perceção e identificação de comportamentos enquadráveis como assédio. Falta ao desporto um protocolo uniforme e eficaz na deteção e proteção das vítimas.

Artigo de opinião publicado em: jornal Record (2 de novembro de 2021)

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