Cultura desportiva precisa-se


Os jogadores de futebol têm sido um alvo fácil para os insultos e ataques pessoais, tendência que se sente, em especial, nos períodos críticos da época desportiva.

As motivações são diferentes, mas o procedimento é comum, traduzido em ofensas gratuitas e opiniões extraídas de um sentimento de grupo, potenciado pelas redes sociais.

O episódio com Ricardo Esgaio no rescaldo do jogo com o Santa Clara não deixa a abordagem da própria imprensa e comentadores desportivos incólume. Não é, de maneira alguma, caso único ou específico de um clube ou divisão.

Este ambiente faz com que se confunda o direito à crítica e a liberdade de opinar sobre futebol com a ofensa ou suspeição que coloca em causa o bom nome, o profissionalismo e a dignidade de quem anda lá dentro.

Cultura desportiva precisa-se, assim como um esforço coletivo para abordar os temas, desde agentes desportivos aos media, com o respeito que os jogadores, muito em particular neste contexto de pandemia, merecem.

Mudando de tema, com a reabertura do mercado, são muitas as dúvidas sobre propostas vindas do estrangeiro, a situação financeira e desportiva dos clubes e as condições de entrada nos respetivos países.

Acrescem, ainda, as questões relacionadas com a situação sanitária e as regras que se aplicam a quem vai emigrar durante a pandemia. O Sindicato dos Jogadores, integrado na FIFPro, recebe informação constante.

Permanecemos disponíveis para requerer e partilhar informação relacionada com as condições para viajar, residir e jogar em diferentes partes do globo, reforçada com os conselhos que se exigem relativamente ao escrutínio das propostas contratuais. Aos jogadores que pretendam abraçar um novo desafio no estrangeiro, aconselho prudência.

Artigo de opinião publicado em: jornal Record (11 de janeiro de 2022)

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