Tiago Craveiro

Estamos prestes a entrar no derradeiro jogo que, estou certo, nos abrirá a porta do Mundial. Esta semana decidi falar do Tiago Craveiro, que anunciou o fim de um ciclo de dez anos na Federação Portuguesa de Futebol (FPF).
O Tiago foi, indiscutivelmente, como o próprio presidente da FPF referiu nas memórias da sua presidência, um dos obreiros e peças-chave do projeto.
Conheci-o do outro lado da barricada, em circunstâncias difíceis, na relação com a Liga, então presidida por Hermínio Loureiro. Sempre lhe reconheci a astúcia, a capacidade de organização e a visão estratégica que vingaram de forma perfeita neste processo de modernização e desenvolvimento da FPF.
Divergimos muito, porque temos as nossas convicções, mas sempre respeitámos a missão que cada um desempenha na abordagem a muitos temas que nos levaram a trabalhar em conjunto.
Podia escolher várias áreas, mas destaco a certificação e o desenvolvimento de infraestruturas, o investimento na qualificação dos agentes desportivos e a inquietude para desenvolver os quadros competitivos, algumas das áreas para as quais muito contribuiu.
É indiscutível que no futebol, masculino e feminino, no futebol de praia e no futsal existem sinais de um progresso assinalável que resulta, também, da gestão promovida pelo CEO e direções que apoiaram o seu trabalho nos mandatos de Fernando Gomes.
Não importa o que está para vir, agora ao serviço da UEFA. Sei que aquilo que o Tiago Craveiro viveu ao lado da nossa Seleção Nacional, refletido na estima que os nossos jogadores têm por ele, é algo de inesquecível e dificilmente superável.
Hoje, não tenho dúvidas de que estará focado em garantir que nada falte à Seleção e esta vitória será a melhor homenagem que o futebol português lhe pode prestar. Obrigado e bem hajas.
Artigo de opinião publicado em: jornal Record (29 de março de 2022)