1.º de maio: balanço e perspetivas


Os direitos e garantias laborais requerem o seu exercício, a passagem do tempo e a modernização das indústrias não é sinónimo de progresso e em cada momento existe na dinâmica de forças entre trabalhadores e empregadores a possibilidade de recuar ou alcançar novos pontos de convergência.

O 1.º de maio é de todos os trabalhadores, mesmo daqueles que integram regimes especiais de direito do trabalho, como é o caso dos praticantes desportivos.

O jogador de futebol vive, atualmente, esse desafio de se adaptar a uma indústria ávida de mais formatos competitivos, diversificação de fontes de rendimento e geração de receitas, em que a saúde e bem-estar, essenciais à boa performance e gestão da vida pessoal de qualquer atleta, nem sempre são atendidas.

Por outro lado, as condições salariais do topo da pirâmide do futebol afastam os holofotes mediáticos da precariedade dos contratos, dos baixos rendimentos e do incumprimento, com a falta de mecanismos de proteção eficazes que, a nível global, continuam a ser um dos problemas deste futebol alimentado pelo investimento em massa.

Tudo isto num momento decisivo para a emancipação das jogadoras e luta pela igualdade de oportunidades no futebol feminino, em que as carreiras duais e o apoio na transição de carreira precisam claramente de ser normalizados, no conjunto dos direitos e garantias que decorrem da atividade dos profissionais de futebol.

O exercício da liberdade de expressão e o ativismo social dos jogadores começa a ser potenciado por diferentes setores da sociedade e será muito importante no exercício dos seus próprios direitos enquanto coletivo profissional.

Esta semana, termino com um sentido abraço ao Jorge Costa, por quem tenho enorme estima pessoal, fazendo votos de uma rápida e plena recuperação.

Artigo de opinião publicado em: jornal Record (3 de maio de 2022)

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