A hora da verdade


No dia da assembleia-geral da Liga que vai apreciar, discutir e votar as propostas de alteração aos regulamentos para a próxima época desportiva, deixo o apelo à consideração de alguns dos pontos levantados pelo Sindicato dos Jogadores.

Sabendo que muitos dos clubes participantes partilham do sentimento de injustiça que existe ao cumprirem escrupulosamente com aquilo que está contratualizado com os seus jogadores, quando outros não o fazem, este é o momento para eliminar as principais debilidades do sistema de controlo salarial, desde logo, a possibilidade de juntar acordos de diferimento do pagamento de salários.

A conjuntura económica que vivemos não pode continuar a ser utilizada para justificar que, após todo o esforço feito pela Liga nos últimos anos para adotar critérios de licenciamento e controlo eficazes, ainda tenhamos clubes que não conseguem organizar-se para cumprir com as mais elementares obrigações.

É difícil de aceitar que, em 2022, estejamos neste patamar de discussão e não a seguir boas práticas internacionais, os modelos que sem deixar de atrair investimento exigem garantias financeiras que tornam o colapso financeiro e, consequentemente, a instabilidade da competição, muito menos prováveis de acontecer.

Apelo, igualmente, à revisão das normas referentes ao procedimento de impedimento de registo de novos contratos, que ao serem revistas durante anos com a introdução de mais e mais exceções, quer quanto aos créditos abrangidos quer quanto aos formalismos para a aprovação do procedimento na Liga, o tornaram praticamente inócuo. Esta é a hora da verdade.

Termino com os parabéns à seleção de sub-21, liderada pelo Rui Jorge, pela qualificação para o Europeu da categoria, e com um sentido abraço ao Bruno Alves, que anunciou o final de uma brilhante carreira.

Artigo de opinião publicado em: jornal Record (7 de junho de 2022)

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