Cabeça erguida


Terminou a participação da Seleção Nacional A feminina no Europeu de Inglaterra. Quero enaltecer o trabalho da equipa nacional, liderada por Francisco Neto, no cumprimento do grande objetivo que era chegar ao último jogo com tudo em aberto para a qualificação.

Não foi possível seguir em frente, mas fica uma imagem muito positiva daquilo que fizemos na competição.

Recebi dos colegas da FIFPro e outros parceiros internacionais mensagens de elogio pela evolução e qualidade do jogo das jogadoras portuguesas, o que deixa a certeza do caminho da afirmação internacional.

Nesta competição, Ana Borges tornou-se a jogadora com mais jogos pela Seleção Nacional, ultrapassando a Carla Couto que, permitam-me, marcou uma geração.

Duas enormes jogadoras que figurarão para sempre na história do futebol português e a quem devemos muito. Parabéns à nossa capitã, Ana Borges, e que continue cheia de garra para atingir novos objetivos.

Muito se tem falado da necessidade de aumentar a escala no desporto feminino em Portugal, e o futebol tem liderado esse investimento no aumento do número de praticantes, desenvolvendo os escalões de formação e criando condições para que mais atletas possam jogar futebol.

Esse é um desígnio comum, mas deixo à comunidade desportiva a reflexão, de quem acompanhou a evolução do futebol masculino ao longo de décadas, para a necessidade de apoiar as nossas jovens atletas nas suas várias dimensões: desportiva, escolar e social, criando condições para a profissionalização, mas igualmente para o desenvolvimento de uma carreira dual, na construção do plano B e dos seus projetos para a fase de transição de carreira.

Deixo os sinceros parabéns a toda a comitiva nacional e votos de uma excelente época 2022/23 a todas.

Artigo de opinião publicado em: jornal Record (19 de julho de 2022)

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