Pelé eterno


Começo por desejar a todos os leitores de Record um excelente ano de 2023. O final de ano fica marcado pela perda de um astro do futebol. O rei Pelé partiu aos 82 anos e deixou, não apenas o povo brasileiro, como várias gerações de amantes do futebol órfãs de uma referência.

Foi um jogador especial, que fez coisas absolutamente extraordinárias ao longo da sua fantástica carreira. Seguiu-se uma vida onde soube concretizar o estatuto de lenda, inspirando tantos outros gigantes do futebol.

Ao prestar a minha homenagem a Pelé, não consigo deixar de lembrar Eusébio, que na mesma geração encantou os portugueses e o mundo. Dois jogadores que transportaram magia para o jogo e tornaram simples aquilo que verdadeiramente continua a ser inacessível à maior parte. No próximo dia 5 de janeiro assinalam-se nove anos desde a partida de Eusébio e continua bem vivo esse orgulho pelo legado que nos deixou. Ele, como Pelé, tornaram o futebol muito mais do que um jogo.

Janeiro de 2023 marca, além da tradicional reabertura do mercado, o regresso intensivo às suas ligas de muitos dos futebolistas que estiveram no Mundial. Esta pausa beneficiará alguns jogadores e traduzirá a quebra na performance de outros. Vai trazer surpresas em muitos campeonatos, disso não tenho dúvidas.

Perante a falta de bom senso de quem geriu a sobreposição dos campeonatos nacionais e internacionais, resta apelar ao trabalho integrado das equipas técnicas e departamentos médicos, bem como a que prevaleça o conhecimento científico existente, para que os clubes consigam gerir a sobrecarga física, prevenir lesões e garantir, não apenas a saúde e bem-estar dos protagonistas - como tenho defendido -, mas também a qualidade do jogo, que necessita muito mais do que simples disponibilidade física.

Artigo de opinião publicado em: jornal Record (3 de janeiro de 2023)

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