Os nossos treinadores


Decorre esta semana a edição de 2023 do Fórum ANTF. Na pessoa do presidente José Pereira, parabenizo a instituição pela iniciativa, destacando o papel decisivo que os nossos treinadores, muitos deles ex-jogadores, desempenham para a elevação do futebol português.

É uma profissão difícil, incompreendida e afetada por uma cultura desportiva em que os resultados e os meios para os atingir nem sempre estão de mãos dadas. Ter tempo em Portugal para afirmar uma ideia de jogo ou metodologia de treino é coisa rara. Na roda-viva dos resultados imediatos, a responsabilidade maior recai, quase sempre, na equipa técnica.

Os treinadores, tal como os jogadores, estão no centro do espetáculo desportivo e seria essencial que aqueles que têm intervenção na regulamentação e legislação para este setor, pautassem pelo reconhecimento da sua importância e tomassem decisões equilibradas e proporcionais ao prestígio que dão ao país.

A prática tem demonstrado que o progresso não é óbvio, as principais reivindicações teimam em não ser ouvidas e, mesmo em relação a direitos adquiridos, é preciso um combate constante, sob pena de haver retrocessos.

Mourinho, Fernando Santos, Abel Ferreira, José Peseiro, Marco Silva, Rui Vitória, Carlos Queiroz, Jorge Jesus, Paulo Fonseca, Vítor Pereira, Pedro Martins, Nuno Espírito Santo, entre tantos outros, têm dado cartas e afirmado Portugal no mundo. Não existe outro setor de atividade em Portugal que tenha profissionais com a mesma notoriedade e reconhecimento público.

Finalmente, presto a minha homenagem ao Comendador Rui Nabeiro, reconhecido pelos seus pares, mas também pelos trabalhadores e famílias que ajudou, como um homem justo e solidário. Deixa um enorme legado na sociedade portuguesa e, em especial, na população de Campo Maior.

Artigo de opinião publicado em: jornal Record (21 de março de 2023)

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