A reta final
A época 2022/2023 entrou na fase dos desfechos em diferentes competições. Só neste fim de semana, o Belenenses juntou-se ao Leiria no regresso às competições profissionais, o Moreirense confirmou o regresso ao nosso principal escalão, com a conquista da II Liga, e no futebol feminino o Benfica venceu o tricampeonato. Dezenas de jogadores e jogadoras a quem quero deixar os mais sinceros parabéns pelo trabalho árduo e sacrifícios, que culminaram nestas conquistas.
Apesar de ser cedo para um balanço da época, posso antecipar que se denotou uma preocupação acrescida com a eficácia do licenciamento e controlo financeiro dos clubes, tendo os participantes na Liga 3 consolidado uma maior estabilidade nas relações contratuais com os jogadores, algo que não se via no formato anterior do Campeonato de Portugal.
No futebol feminino regista-se um crescimento do número de profissionais e esperamos alcançar um acordo coletivo de trabalho que garanta estabilidade, mas também progresso nas condições laborais das nossas atletas. Além disso, o diagnóstico está feito quanto à necessidade de um quadro legal e regulamentar mais eficaz no escrutínio das sociedades desportivas e seus investidores, com a transparência e prestação de garantias que evitem casos de rutura ou incumprimento prolongado, como se verificou em vários projetos ao longo da época.
Os casos de assédio moral e laboral são outro domínio onde é preciso, claramente, intervenção. A fase de decisões é sempre marcada por momentos de tensão. Se em relação aos profissionais dentro de campo se pode compreender a ansiedade e excessos na disputa pelos derradeiros objetivos, dos que estão do lado de fora, em especial os dirigentes, espera-se uma intervenção séria, que garanta a tranquilidade de que o nosso futebol precisa.
Artigo de opinião publicado em: jornal Record (9 de maio de 2023)