Abel Ferreira, obrigado


Na semana passada, depois de marcar presença no funeral do meu sogro, Mário Cardoso, português que adotou o Brasil como sua casa e um homem bom, a quem presto a minha homenagem, passei por São Paulo e visitei o meu amigo Abel Ferreira.

Mais do que falar do êxito desportivo e da competência técnica, quero sobretudo realçar a pessoa que mantém a essência que conheci enquanto jogador, enriquecida pelas experiências entretanto adquiridas.

O carinho da torcida, e dos brasileiros em geral, é emocionante, quando sabemos todos os desafios que existem para os portugueses se afirmarem naquele contexto. O Palmeiras é um clube que aceitou uma revolução estrutural, assente numa visão holística do jogador.

Recorrendo ao melhor da tecnologia e da inovação, a aposta está, acima de tudo, nas relações humanas. Quero realçar o homem, amigo e pai de família, que é hoje um dos melhores treinadores da sua geração. Um ser humano simples, empático, agregador, que derruba barreiras culturais com mestria. Um jovem com mente aberta, atento e esperançoso de que pode fazer a diferença no mundo.

Amigo genuíno, sempre atento aos pormenores, recebeu-me juntamente com a sua esposa Ana de uma forma que nunca esquecerei. Fiquei impressionado com o centro de estágio do clube, pensado ao pormenor para responder à visão proposta pelo treinador e assente em valores bem definidos e visíveis nos pilares do edifício.

Um espaço inovador, inspirador, onde a informalidade e respeito entre equipa técnica, jogadores, especialistas e funcionários é contagiante. Sou suspeito, mas aqueles que querem estar a par do que de melhor está a ser feito no mundo do futebol têm de conhecer este projeto. Parabéns, Abel! Não vou esquecer aquilo que vi e ouvi e do pormenor com o número 26 que me deixou sem palavras. Grato por tudo.

Artigo de opinião publicado em: jornal Record (16 de maio de 2023)

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