Portugal de olhos postos no futuro
Chegou ao fim o Europeu Sub-19 e a palavra que fica, apesar do amargo de boca da final, é orgulho nesta equipa exemplarmente liderada pelo Joaquim Milheiro, que soma a uma forma positiva e intensa de ver o jogo, os valores que transmite internamente e o saber comunicar para o exterior.
Portugal foi um exemplo ao longo do torneio e estes jovens deixam uma marca muito significativa da qualidade e margem de progressão. Sabendo das dificuldades que existem na passagem de Sub-19 para sénior e apesar de todos os espaços competitivos que foram criados nos últimos anos, nomeadamente a conjugação das equipas B com as de Sub-23, a verdade é que, por diferentes razões, ainda temos um número elevado de jovens, talentosos, que não conseguem afirmar-se no patamar superior.
Num país com uma base de recrutamento necessariamente menos vasta do que algumas grandes potências, todos os apoios e incentivos que estes jovens possam ter são o garante de que continuaremos a ombrear com os melhores do mundo.
Deixo, também, um abraço a duas pessoas que terminaram o seu ciclo na FPF e por quem tenho enorme estima: Rui Bento e Emílio Peixe. Fazem parte de um lote de ex-jogadores, internacionais, que a FPF, em boa hora, integrou, sendo capazes de transmitir não apenas conhecimento técnico, mas a sua valiosa experiência.
Por fim, o internacional inglês Dele Alli deu mais um testemunho, impressionante, do impacto dos problemas de saúde mental em desportistas de topo. Julgo que o tema, embora massivamente abordado por diferentes organizações do desporto e setor social, a nível mundial, continua a não colher uma resposta transversal e integrada no apoio ao desenvolvimento pessoal dos jovens atletas.
Artigo de opinião publicado em: jornal Record (18 de julho de 2023)