Yalla Vamos 2030


Era certo, mas esta semana ganhou cariz oficial. A FIFA atribuiu com pontuação histórica a organização do Mundial de 2030 ao consórcio Portugal, Espanha e Marrocos, realizando-se assim o primeiro Campeonato do Mundo em solo nacional. Só posso associar-me aos rasgados elogios ao trabalho da equipa que a partir da Cidade do Futebol conduziu este processo. Projeta-se um enorme impacto económico, social e desportivo, que ao ser repartido com outros dois estados nos afasta dos investimentos proibitivos que, tantas vezes, estão associados a uma organização desta dimensão.

Estou certo de que em 2030 voltaremos a surpreender pela positiva, garantindo um Campeonato do Mundo atrativo, inovador e seguro, algo que tem feito sempre parte do ADN das organizações de grandes provas internacionais pelo nosso país. Muitos jogadores da atualidade serão, certamente, embaixadores em 2030, a torcer pela fantástica Seleção que continuaremos a ter e alimentando a esperança da conquista de um dos poucos títulos de Seleções que ainda nos foge. Entre estes craques a quem devemos muitas conquistas, está o Nani, que anunciou o final de carreira e a quem quero deixar um abraço de profunda admiração pelo percurso desportivo, mas também pela forma de ser genuína, solidária e inspiradora para muitos colegas. Estou certo de que continuará a fazer a diferença com o seu novo projeto.

António Simões, outra grande referência para a classe dos futebolistas, foi homenageado pela Câmara Municipal de Lisboa com a Medalha Municipal de Mérito Desportivo, numa semana em que também lançou o seu livro de memórias, da autoria de Rui Miguel Tovar. Tenho um respeito e orgulho imenso pelo seu percurso que está umbilicalmente ligado à criação e implementação do Sindicato dos Jogadores, ainda em plena ditadura. Um homem muito à frente do seu tempo, com pensamento estruturado sobre o papel central do jogador no desenvolvimento do futebol português.

A fechar a semana, foi com enorme impacto que a Arena Liga Portugal abriu as portas à família do futebol e comunidade. Depois da Cidade do Futebol, nas suas várias fases, e do nosso Campus do Jogador, fiquei impressionado com toda a conceção e o caráter multidisciplinar deste edifício, em pleno coração da cidade do Porto, concretizando as vertentes comercial, corporativa e desportiva. Acima de tudo, este espaço tecnológico e sustentável facilita a interação entre os protagonistas do setor e os adeptos, a quem a Liga tem dedicado um significativo esforço de aproximação. Parabéns a Pedro Proença e à sua equipa por uma obra que representa um legado inestimável para o futebol português.

 Artigo de opinião publicado em: jornal Record (15 de dezembro de 2024)

 

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