Gratidão, compromisso e esperança

Escrevo o último artigo da rubrica "(Re)Pensar o futebol", a que dediquei reflexões pessoais e institucionais, com absoluta liberdade e transparência, deixando em cada uma das linhas firmado o compromisso com a minha identidade e com a defesa dos jogadores e jogadoras, protagonistas maiores deste futebol que nos apaixona.
Quero expressar três notas finais. A primeira, de gratidão, aos jogadores e às suas lutas que me inspiram diariamente, à minha equipa no Sindicato dos Jogadores, que dá corpo ao espírito de missão que assumimos, e aos dois diretores que proporcionaram este percurso enquanto cronista no Record, António Magalhães e Bernardo Ribeiro, extensível aos muitos jornalistas com os quais me fui cruzando nesta jornada. Como em tudo na vida, são as pessoas que fazem a diferença.
A segunda nota é de compromisso com as minhas causas, que se mantêm fundadas na defesa intransigente dos jogadores e na promoção de um futebol mais justo e inclusivo. É público que aceitei o convite para ser vice-presidente da lista encabeçada por Pedro Proença, que concorrerá ao próximo ato eleitoral na Federação Portuguesa de Futebol.
Pode parecer estranho que os atuais líderes do patronato e do proletariado do futebol estejam unidos neste projeto, mas esta relação improvável construiu-se na base do trabalho e respeito mútuo, mesmo em tempos de discórdia e assumindo a diferença de pensamento. Fomos sempre capazes de gerir os momentos mais difíceis, como foi o período de pandemia. Temos a mesma convicção de que construímos um programa sólido e fazemos parte de uma equipa multidisciplinar e experiente, com a competência necessária para fazer cumprir o desígnio nacional, que é governar os destinos do nosso futebol.
Esta foi uma decisão tomada após longa ponderação, num período especial em que passei a integrar e representar Portugal no Board mundial da FIFPRO, cargo internacional de enorme responsabilidade. Sei que continuarei a dar o meu contributo, numa altura em que se antecipam várias revoluções na regulamentação que consagra direitos e garantias fundamentais para milhões de futebolistas em todo o mundo.
Não foi de ânimo leve que aceitei o desafio de Pedro Proença, a pessoa que reconheço estar mais bem preparada para liderar os destinos da FPF. Espero contribuir para o sucesso de uma candidatura que garante união, respeito pela pluralidade e desenvolvimento de todos os atores do futebol português. Por isso, a terceira nota é de esperança, baseada no otimismo que tenho para este novo ciclo.
Artigo de opinião publicado em: jornal Record (26 de janeiro de 2025)