1.º de maio


Um dia cheio de significado, numa luta incessante por melhores condições de trabalho.

No topo da pirâmide os jogadores são confrontados com calendários cada vez mais exigentes, violando-se as normas relativas a horário e descanso obrigatório, sem tempo para gerir a pressão ou cumprir as recomendações relativas aos períodos de recuperação. Expostos a ataques cobardes à sua imagem e bom nome, potenciados pela selvajaria em que se tornaram as redes sociais, alimentadas pelo discurso de ódio.

Na base da pirâmide continuamos a ter um sistema marcado pela precariedade laboral, incumprimento e tentativas constantes de fuga aos direitos e garantias laborais, acrescidas de fracas condições de trabalho, das infraestruturas ao terreno de jogo.

As mulheres ainda lutam por um contrato de trabalho com condições mínimas e um acordo coletivo que dê dignidade à sua profissão, apesar de toda a promoção à igualdade de género.

Somos uma profissão de desgaste rápido e curta duração expurgada dos direitos inerentes, no que se refere à proteção na doença e acesso à reforma.

A todos os companheiros e companheiras, um obrigado por não desistirem e darem todos os dias o melhor de si, para que o futebol português ocupe o lugar que merece.

Artigo de opinião publicado em: jornal Record (1 de maio de 2025)

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