2012


O ano de 2012, infelizmente, não é de boa memória para os portugueses e consequentemente para os jogadores de futebol. Foi uma ano difícil marcado pela crise económica e pela intervenção da troika.

O Sindicato dos Jogadores Profissionais de Futebol, apesar disso, procurou desenvolver a sua atividade ao serviço dos jogadores de futebol e do futebol em geral.

Privilegiou o apoio direto e a cooperação institucional e como se poderá constatar pelo balanço que consta desta revista podemos, de consciência tranquila, afirmar que o resultado final é positivo.

Importa destacar algumas iniciativas, nomeadamente, o 10.º Estágio do Jogador, o protocolo assinado com a Liga, a constituição do Fundo de Garantia Salarial para as competições profissionais e não profissionais. Paralelamente prosseguiu-se o combate diário à praga do incumprimento salarial mobilizando as instituições do futebol para a introdução de mecanismos de fiscalização e garantia.

Agora é tempo de perspetivar o futuro. As dificuldades aguçam o engenho e no futebol terá de existir muito para superar os problemas. A fronteira entre o descalabro e a sobrevivência depende de nós. No que nos toca podemos garantir o mesmo empenho na defesa dos interesses dos jogadores de futebol.

 

Cristiano Ronaldo

Sou suspeito para falar de Cristiano Ronaldo. Sou português e seu admirador. E esta admiração ultrapassa, em muito, os aspetos desportivos. Na verdade Cristiano Ronaldo é um exemplo de empenhamento, superação, humanismo e solidariedade. É alguém que, ao contrário de outros, tudo o que tem deve-o a si próprio. Estas qualidades no mundo atual deveriam ser exaltadas mas, infelizmente, há quem se entretenha a promover o acessório e o fútil. Ora, Cristiano Ronaldo é um jovem com as qualidades e defeitos dos outros jovens. E na maioria das vezes exigimos a Cristiano aquilo não exigimos a nós próprios. Esta forma de pensar é injusta e desleal.

São inaceitáveis os juízos de valor que alguns dirigentes internacionais fazem sobre Cristiano Ronaldo e sinto indignação. Revolta-me, sobretudo, os comentários originários de alguns que nada acrescentam ao futebol. Mas o futebol tem uma dimensão planetária e os mais jovens reconhecem em Cristiano Ronaldo o seu ídolo. E Cristiano é-o por mérito próprio. Cristiano Ronaldo promove como mais ninguém, o futebol e o desporto, e isso deveria ser reconhecido pelos diversos agentes do futebol. Sobretudo aqueles que se limitam a ocupar uma cadeira num organismo desportivo qualquer e que são notícia porque foram a uma Gala onde o melhor jogador do mundo esteve presente.

A cerimónia da FIFA 2012 é passado. Cristiano Ronaldo é presente e futuro. Onde ele está está o melhor futebol. Sobre isso não nos iludamos. E até Messi, um dia que Cristiano Ronaldo deixe Espanha, terá saudades…

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