Perspetivas para 2014


No ano que terminou, o SJPF empenhou-se em desenvolver uma atividade séria, particularmente útil aos jogadores de futebol e, concomitantemente, ao futebol em geral.

Na verdade, quer no plano nacional, quer no internacional, asseguramos apoio incondicional a todos os que dele necessitaram e fizemo-lo em várias vertentes: humana, jurídica e económica.

Paralelamente, atuámos junto dos nossos parceiros institucionais com toda a lealdade e, sobretudo, sentido de responsabilidade. Seria fácil cavalgar a onda do incumprimento salarial mas preferimos e conseguimos, na generalidade dos casos, soluções consensuais.

Ora, o início do novo ano obriga-nos a perspetivar o futuro, ou seja, é um momento de balanço mas também de compromisso.

Nessa perspetiva, o SJPF, reconhecendo o que de importante foi feito durante 2014, por um lado e, por outro, apelando ao envolvimento e compromisso de todos os agente de futebol na melhoria do futebol destaca, entre outros, os temas que devem merecem especial atenção.

 

Concretamente,

 

No plano económico-financeiro: é urgente introduzir medidas que promovam o saneamento do futebol português, garantam mais segurança, mais transparência e mais justiça.

- O processo de transformação de clubes e SAD, o recurso a processos de insolvência, ao PER (Plano Especial de Revitalização) ou ao SIREVE (Sistema de Recuperação de Empresas por Via Extrajudicial) exigem total transparência e controlo para evitar, entre outros, que se defraude as expectativas de terceiros, nomeadamente dos jogadores;

- A propriedade de jogadores por entidades terceiras (multipropriedade), face aos problemas que suscita, deve merecer regulamentação adequada, relevando a fixação de limites e a de um período de transição;

- O licenciamento de clubes no futebol profissional deve ser sinónimo de maior garantia e rigor. No futebol não profissional, onde ainda não existe um regime de licenciamento, deve ser promovido um regime adequado às exigências da respetiva competição.

 

No plano desportivo: exige-se um modelo de desenvolvimento para o futebol português.

- A introdução das equipas B deve ter consequências, permitindo o aparecimento de mais jovens e a sua transição para as equipas principais;

- A defesa do jogador português deve ser promovida e apoiada, descriminando-se positivamente quem faz uma efetiva aposta;

- A compensação pela formação e o mecanismo de solidariedade devem assentar na realidade dos clubes, objetivamente acreditada;

- A formação dos jogadores, treinadores, árbitros e dirigentes deve merecer uma especial atenção, garantindo-se desta forma a qualificação dos nossos agentes desportivos;

- O agenciamento e as transferências devem merecer, à semelhança do que sucede no plano internacional, uma reforma interna, de modo a que exista mais transparência e o dinheiro gerado seja reinvestido nos clubes.

 

No que ao incumprimento salarial diz respeito (que enquanto subsistir a todos deverá envergonhar, em especial aqueles que a podendo erradicar, o permitem), está na hora de os clubes/SAD serem rigorosos não podendo continuar a prometer o que não podem cumprir. Aliás, é obrigação dos clubes/SAD cumpridores exigir igualdade de tratamento impedindo os incumpridores de ocupar na estrutura desportiva uma posição que não é legítima.

Nesta matéria, também o SJPF tudo vai fazer para erradicar os “acordos” (manifestamente ilegais) que são permitidos nesta matéria. Na verdade os clubes devedores, aproveitando-se de uma posição de completa fragilidade e vulnerabilidade do jogador, diferem no tempo o pagamento as suas obrigações e dessa forma, injusta, continuam a competir com os demais que as horaram no devido tempo.

Olhando o futuro, o SJPF diz presente e tudo fará para que o ano de 2014, apesar das dificuldades que se avizinham, seja melhor que o de 2013.

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