Jordão

Frágil, felino e elegante, Jordão foi um dos melhores avançados de sempre do futebol português. No Benfica chegou a ser apontado como o substituto de Eusébio, no Sporting fez parte de um trio maravilhoso, com Manuel Fernandes e António Oliveira. Hoje, dedica-se à pintura.

Rui Manuel Trindade Jordão nasceu em Benguela, Angola, a 9 de Agosto de 1952. Aos 16 anos de idade começou a jogar no Sporting de Benguela. Em 1968, o Sporting de Lisboa interessou-se por ele mas não avançou para a contratação. O Benfica não desperdiçou a oportunidade e contratou-o, em 1970, para a equipa de juniores por 30 contos. A 5 de Março de 1971 estreou-se pela primeira equipa do Benfica. Curiosamente frente ao Sporting, em jogo da Taça de Honra da Associação de Futebol de Lisboa. Os encarnados ganharam por 2-1. Jordão marcou um dos golos.

A estreia na I Divisão chegou alguns meses mais tarde, em Outubro, ante o Beira-Mar. Envergou a camisola encarnada durante cinco épocas (venceu quatro campeonatos), até 1975/76, temporada na qual se sagrou o melhor marcador do campeonato com 30 golos em 28 jogos. Na Europa, o valor de Jordão não passou despercebido e começaram a surgir interessados. Paris Saint- Germain, Estrasburgo, Racing White, Bétis e Bayern de Munique quiseram contratá-lo mas o Benfica optou por transferir Jordão para o Saraçoça. Em Espanha, Jordão não foi feliz - mesmo assim marcou 14 golos em 33 jogos - e regressou a Portugal. Não para o Benfica, como seria previsível, mas para o grande rival dos encarnados, o Sporting.

Ídolo.
Fez o primeiro jogo pelo Sporting a 30 de Agosto de 1977, frente aos brasileiros do Vasco da Gama. Os leões ganharam por 2-1, com dois golos de Jordão.

Em Alvalade cimentou o estatuto de grande jogador e durante nove épocas espalhou a sua classe e marcou golos, muitos golos. Foi o melhor marcador do campeonato em 1979/80 (31 golos), ganhou dois campeonatos e duas Taças de Portugal.

Jordão tinha apenas 19 anos quando envergou pela primeira vez a camisola das quinas. Foi em Março de 1972, ante o Chipre. A presença no Europeu de 1984, em França, constituiu o seu ponto alto com a camisola de Portugal. Nos relvados gauleses deslumbrou e foi considerado o melhor ponta-delança da competição. Representou a Selecção entre 1972 e 1989. Durante esses 17 anos contabilizou 43 internacionalizações (15 golos). Em 1986, deixou o Sporting. Desiludido com o futebol e por não ter sido convocado para o Mundial de 1986, no México, decidiu assinar pelo Vitória de Setúbal, então na II Divisão. Ajudou os sadinos a subir ao escalão principal. Jogou durante mais duas épocas. Aos 37 anos - depois de muitos golos, títulos e de três graves lesões - o mítico número "11", despediu-se, de vez e literalmente, do futebol. Desde então, virou artista plástico. E com sucesso, diga-se.

 

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