Paulo Futre

Foi um dos primeiros futebolistas lusos a ter sucesso além-fronteiras. Dá pelo nome de Paulo Futre, jogador detentor de um fabuloso pé esquerdo e que deu cartas na década de oitenta do século passado.

Nasceu no Montijo a 28 de Fevereiro de 1966. Aos 12 anos de idade ingressou no Sporting depois de ter dado nas vistas no torneio de futebol de cinco jogando pelo Cancela do Montijo.

Em Alvalade não demorou muito a assinar contrato como profissional. Fê-lo apenas com 15 anos. Chamavam-lhe o novo Chalana mas o futuro confirmou que não seria bem assim. Paulo Futre conseguiu superar o Pequeno Genial do Benfica.   

Em 1982/83, com 17 anos, estreou-se na primeira equipa do Sporting. Na temporada seguinte, o técnico Josef Venglos embora confiasse no talento do jogador acreditava que Futre ainda não estava preparado para ser um titular absoluto. Futre não gostava dessa estratégia de formação nem com o salário que auferia: 100 contos, cinco vezes menos que a maioria dos suplentes. No final dessa época solicitou um aumento de ordenado aos dirigentes leoninos.  João Rocha – que tinha acabado de “roubar” Jaime Pacheco e Sousa ao FC Porto – não só recusou como havia  a forte possibilidade de emprestá-lo à Académica de Coimbra. Futre não gostou, rescindiu contrato alegando “falta de condições psicológicas”, e assinou pelo FC Porto. Passou a ganhar mil contos por mês.

Nas Antas explodiu em definitivo e realizou três épocas brilhantes. Conquistou dois campeonatos e uma Supertaça. Pelo meio a desilusão do Mundial de 1986, realizado no México, marcado pelo “caso Saltillo”.

Em 1987, o FC Porto chegou à final da Taça dos Campeões Europeus. Frente ao todo-poderoso Bayern de Munique, os azuis e brancos ganharam por 2-1 com Futre a realizar uma exibição extraordinária. Como corolário de uma época em cheio recebeu a Bola de Prata da “France Football” – perdeu para Ruud Gullit, numa decisão, no mínimo, controversa. Era considerado um dos melhores jogadores europeus. Jesus Gil y Gil viu em Futre a pérola indispensável para conquistar a presidência do Atlético  de Madrid. E assim foi. O dirigente espanhol contratou-o ao FC Porto por 630 mil contos. Para Futre, 130 mil contos por cada uma das quatro épocas de contrato. E um Porsche amarelo. “Não havia outra cor na altura” explicou Futre mais tarde. Nos “colchoneros” ficou durante cinco anos e meio e, apesar de apenas ter ganho duas Taças de Espanha, tornou-se num dos maiores ídolos de sempre do Atlético de Madrid. 

Em 1993, iniciou-se um período conturbado da sua carreira. Em cinco anos representou sete clubes: Benfica (segunda metade de 1992/93), Marselha (1993/94), Reggiana (1993/95), AC Milan (1995/96), West Ham (1996/97), novamente Atlético de Madrid (1997/98) e Yokohama Flugels (1998).

Conquistou apenas mais dois títulos, a Taça de Portugal pelo Benfica em 1993  e a liga italiana pelo AC Milan em 1996.

Na Selecção Nacional, Futre estreou-se em 1983, com apenas 17 anos. Foi internacional em 41 ocasiões e marcou seis golos.

Aos 32 anos, arrumou as botas. Depois disso tornou-se colaborador do Atlético de Madrid, primeiro, e do AC Milan, depois. Considera-se um ibérico e divide a sua vida entre Madrid, Lisboa e Algarve.

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