Vítor Damas

Foi considerado um dos melhores guarda-redes de sempre do futebol português. Chegaram a apelidá-lo de "Eusébio das balizas" ou como o "Eusébio do Sporing". Os anos 70 ficaram marcados pelos duelos entre Vítor Damas e o " Pantera Negra". Morreu em 2003, com 55 anos.

Vítor Damas marcou um estilo. Na baliza era elegante, ágil, com uma calma de imperador. Ambicionava ser avançado - como os seus ídolos, Vasques e Travassos - mas foi como guarda-redes que ganhou a imortalidade.

Vítor Manuel Afonso Damas de Oliveira nasceu em Lisboa a 8 de Outubro de 1947. Chegou ao Sporting aos 14 anos, trazido por um vizinho, jogador de ténis de mesa. O seu primeiro grande jogo foi contra o Benfica, ainda nos juvenis. Traído pelos nervos saiu do encontro debulhado em lágrimas depois de uma exibição insegura. No ano seguinte, em 1962, já estava mais forte psicologicamente e ganhou o seu primeiro título nacional. Tinha 15 anos.

Ainda com idade de júnior defendeu a baliza da equipa de honra do Sporting, contra o Benfica, em Janeiro de 1967, na festa de homenagem a Vicente Lucas. Uma época depois, fez o primeiro jogo para o Campeonato Nacional da I Divisão, frente ao Vitória de Guimarães. Sofreu dois golos e passou novamente a suplente de Carvalho. Quando faltavam seis jornadas para o final do Campeonato agarrou a titularidade e nunca mais a perdeu.

O seu talento inato levou-o sempre a andar à frente do escalão etário a que pertencia. Por exemplo, aos 17 anos assinou o seu primeiro contrato profissional (20 contos de "luvas" e mais cinco de salário).

Em 1976, por já estar apalavrado com José Maria Pedroto para ingressar no FC Porto, recusou renovar contrato com os leões. Mas o Sporting e o Santander, de Espanha, trocaram-lhe as voltas e Damas transferiu-se para a formação espanhola. Em Santander ficou durante quatro anos. Embora numa equipa mediana não deixou de brilhar. Foi cobiçado pelo Atlético de Madrid mas o Santander vetou a transferência.

Em 1981, regressou a Portugal, para o Vitória de Guimarães, onde finalmente encontrou Pedroto. Tinha 32 anos. Na cidade berço esteve durante duas épocas, transferindo-se depois para o Portimonense. Duas temporadas em Portimão e voltou a Alvalade.

O regresso do filho pródigo.
Em 1984/85, Vítor Damas regressou ao Sporting. De verde e branco jogaria mais cinco épocas. O seu último jogo, com 41 anos de idade, foi a 27 de Novembro de 1988, a contar para o Campeonato Nacional da 1.ª Divisão, no Estádio do Fontelo, em Viseu, contra o Académico local. A partida terminou empatada a duas bolas. Manteve-se ligado ao Sporting, chegando inclusive a ser treinador principal. Foi despedido mas posteriormente foi chamado para integrar os quadros técnicos. Como jogador venceu dois campeonatos nacionais e três taças de Portugal (sempre pelo Sporting).

Selecção.
Ao longo da sua carreira, Vítor Damas apenas somou 29 internacionalizações pela Selecção Nacional. Estreou-se a 6 de Abril de 1969, frente ao México (0-0), e despediu-se a 11 de Julho de 1986, no Mundial do México, perante a selecção de Marrocos (1-3).

A maioria das suas chamadas à Selecção resumem-se essencialmente ao período entre 1969 e 1975. Enquanto representou o Racing Santander nunca foi convocado para a equipa das Quinas. Foi por uma vez quando representava o Vitória de Guimarães e mais cinco no seu segundo período no Sporting. Nesta fase, porém, já como alternativa a Manuel Galrinho Bento. Morreu a 13 de Setembro de 2003, vítima de cancro. Tinha 55 anos. Foi o jogador que mais vezes vestiu a camisola do Sporting - 743 vezes, 332 das quais a contar para o Campeonato Nacional.

 

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