Humberto Coelho

É considerado um dos maiores capitães da história do Benfica e da Selecção Nacional. No centro da defesa, a voz de comando do "Beckenbauer português" incutia respeito, tanto aos seus companheiros de equipa como aos adversários.

Humberto Manuel de Jesus Coelho nasceu a 20 de Abril de 1950, no Porto. Iniciou a sua carreira como futebolista federado em 1964, nos juvenis do Ramaldense. O seu talento levou-o a ser disputado por FC Porto e Benfica. Escolheu os encarnados. Chegou a Lisboa com apenas 16 anos. Em 1966, estreou-se nos juniores do Benfica a 30 de Outubro frente ao Oriental. Depressa se impôs como líder e referência da equipa.

Em Agosto de 1968, incluído na digressão ao Brasil, jogou pela primeira vez com a camisola principal do clube da águia. Foi perante o Clube de Remo do Belém do Pará. Na mesma digressão defrontou o Santos (3-3) e coube-lhe marcar Pelé. Saiu-se tão bem que sucederam-se os elogios da crítica e a garantia da titularidade. Foi o arranque para uma carreira notável.

Não era um prodígio de técnica mas possuía todas as características necessárias para um defesa central de craveira mundial: sentido posicional ímpar e muito forte fisicamente e no jogo aéreo.

Titular indiscutível no Benfica e na Selecção Nacional não demorou muito a ser assediado por clubes estrangeiros. A 6 de Maio de 1975 a notícia caiu como uma bomba entre a nação benfiquista: Humberto Coelho tinha assinado contrato com o Paris Saint-Germain. Em Junho realizou o seu último pelo Benfica e poucos dias depois foi apresentado na capital francesa. Idolatrado pelos emigrantes portugueses, esteve ao seu nível na primeira época. Na segunda, uma lesão no menisco e o facto de alinhar numa equipa sem grandes ambições de conquista levaram-no a pensar num regresso a Portugal e, claro, ao Benfica. Cenário consumado a 4 de Março de 1977. Representou os encarnados até 1984. No total, 14 épocas de águia ao peito, oito títulos de campeão nacional, cinco Taças de Portugal e uma Supertaça. Somou 64 internacionalizações e marcou seis golos.

Inesquecível.
Consagrado a nível nacional e internacional (chegou ainda a jogar uma época nos Estados Unidos, quando saiu do PSG, ao serviço do Las Vegas Quicksilver, ao lado de Eusébio, Simões e Toni), Humberto Coelho teve o privilégio de em duas ocasiões representar a selecção da Europa. A primeira, em Agosto de 1981, em jogo comemorativo dos 80 anos da Federação Checoslovaca de Futebol. A segunda, um ano depois, em Nova Iorque, nos Estados Unidos. Com 120 mil pessoas nas bancadas do Giants Stadium, Humberto Coelho foi "obrigado" no final da partida pelo numeroso contingente de emigrantes portugueses a dar uma volta de honra ao estádio com a taça da vitória (a Europa venceu o Resto do Mundo por 3-2).

O fim
Deixou de jogar na época de 1983/84, após uma grave lesão no joelho direito. Posteriormente, sem grande sucesso, treinou o Salgueiros e o Sporting de Braga. Em Dezembro de 1997 foi anunciado como seleccionador nacional. Levou Portugal a um brilhante terceiro lugar no Europeu de 2000, realizado na Bélgica e na Holanda. Demitiu-se do cargo após a competição e desde então e até à presente data treinou as selecções de Marrocos, da Coreia do Sul e actualmente a da Tunísia.

 

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