Doutoramento Honoris Causa do Eng.º Fernando Santos


Não podia deixar de sentir bem perto a força aglutinadora duma imagem que a nobreza de princípios que orientam a vida dum ho­mem bom, um amigo de referência, um treinador de excelência que se apresentou num jogo, quanto a mim entre os mais significativos que a vida do futuro haverá de continuadamente aplaudir – o título de Honoris Causa ao Eng.º Fernando Santos, pela Universidade de Trás os Montes e Alto Douro - U.T.A.D.

A convite do Magnífico Reitor Professor Doutor António Fontainhas Fernandes, foi com uma alegria imensa que abracei esse acordar do dia e encorpar o cortejo por entre muitas dezenas de doutorados, tendo a honra de ter como parceiro de fila outro senhor do templo sagrado da minha existência, Professor Doutor José Carlos Noro­nha. Um título honorífico que a Universidade concedeu a Fernando Santos pelo facto de ter liderado de forma notável Portugal campeão europeu 2016, tendo evidenciado os princípios do desenvolvimento harmonioso das competências do homem com a preservação do apreço pela dignidade, em favor da sua magnitude do saber liderar todo um coletivo assente na verbalização simples mas convincente, tranquila mas eficiente, transportando os valores da honestidade, firmeza de convicções e sempre sintonizadas com a formulação de objetivos positivos, difíceis mas encorajadores.

Todos lembramos aquela máxima do nosso selecionador no início do torneio ao ter afirmado que, não sendo favoritos, éramos candidatos a estar na final, avisando mesmo que só regressaria a Portugal no último dia da competição e que seria recebido em festa – estes os valores exponenciados dum estado de crença absolutamente de­molidora.

Sem dúvida que esta atitude, porventura deixando quase todo um País num espanto, ou movido por um ceticismo inconclusivo, foi re­velador dum estado que funcionou como instrumento mais facilita­dor do reencontro com o sucesso.

O caracter da nossa vida também se baseia como a percecionamos. Os sinais ambientais da nossa existência regulam, modificam e mol­dam as circunstâncias que fazem iluminar as variáveis onde melhor se pode alcançar o sucesso.

Bruce Lipton em “A Biologia da Crença” (pg.170), refere mesmo: “as nossas crenças atuam como filtros numa máquina fotográfica mudando a forma como vemos o mundo. A nossa biologia adapta-se a essas crenças e quando reconhecermos que as nossas crenças têm esse poder, mais fácil será encontrar a chama da liberdade para o êxito”.

Esse estado de crença do líder arreigado dum espírito positivo de conquista foi o motor capaz de ajudar a superar todas as adversida­des, ganhando jogo a jogo.

Essa sabedoria do êxito experienciado, o entusiasmo e a alegria fun­cionou como detonador para a conquista da felicidade proporcionan­do a libertação das endorfinas, dopamina e serotonina, o tal químico que gera a biologia que suporta as causas para o sucesso.

Aliás essa partilha dos sentimentos evocada nas emoções experi­mentadas conduziu a equipa a um estado absolutamente demolidor e o golaço de Éder foi quanto a mim mais uma nota da consequência desse desejo fortalecido pelas convicções (Mister vou entrar e vou marcar), ampliado pela alegria, estimulado pela confiança que re­sultou no reencontro do êxito pensado, para o sucesso conseguido.

Como é que a figura carismática dum líder retratado pela expe­riência, evocado pela crença, fortalecido por um notável espírito de conquista se tornou porta estandarte dum sucesso que a história do futebol jamais deixará de evocar!...