O caminho da formação


O futebol feminino vive uma etapa de franco crescimento em toda a Europa. Portugal não é exceção. Os últimos indicadores da Federação de Portuguesa de Futebol são claros: nunca houve tantas jogadoras de futebol federadas no nosso país. São 4132 as atletas registadas na FPF em 2017/18.

Este número representa um crescimento a rondar os 35 por cento em relação à época anterior, com impacto significativo nas camadas jovens, já que 3079 federadas encontram-se em idade júnior.

Mas ainda há muito a fazer para nos aproximarmos dos padrões europeus de desenvolvimento, e nos podermos equiparar a países como Inglaterra, França, Alemanha, Noruega e Suécia, com mais de 100 mil jogadoras de futebol federadas.

Se as nossas seleções femininas já marcam presença em fases finais de grandes competições – Euro sub-19 em 2012, Euro sub-17 em 2013 e Euro-2017 com a Seleção A -, se há jogos na Liga Allianz com mais adeptos que alguns encontros dos campeonatos profissionais masculinos, se as jogadoras portuguesas começam a ser referências, se o nome da Cláudia Neto surge nas ‘top players’ mundiais do ano, se há cada vez mais transmissões televisivas de jogos femininos, sabemos que estamos no caminho certo.

Sabemos também que o futebol feminino nacional precisa de alicerces fortes, para que estes feitos se multipliquem. Fortalecer o futebol feminino a partir da sua raiz é por isso o objetivo- chave da Federação Portuguesa de Futebol para as próximas temporadas.

O nosso Plano Estratégico de Desenvolvimento do futebol feminino foca-se sobretudo no reforço da competição nos escalões femininos mais jovens, por isso lançámos recentemente mais provas femininas (sub-15, sub-13 e futebol misto), criámos uma seleção feminina sub-15, e apostamos na valorização dos recentes centros de treino para futebol feminino, em funcionamento em todas as associações de futebol.

Continuaremos a incentivar e a apoiar os clubes que apostam em equipas femininas. Sempre com o objetivo de melhorar as condições para a prática da modalidade, a nível regional e nacional.

Tudo isto numa dinâmica que envolva protocolos de desenvolvimento da modalidade entre a FPF, as associações de futebol, os clubes, as escolas, as universidades e demais agentes desportivos.

E numa colaboração cada vez mais estreita com o Sindicato dos Jogadores, um promotor ativo e incansável da modalidade, cujo foco tem estado na defesa das jogadoras portuguesas e na melhoria das condições que lhes são oferecidas.

Fica o desafio.