O Talentoso Mr. Mané

Extremo do Rio Ave deu início à reviravolta no triunfo sobre o Tondela.
Foi com classe e nota artística que marcou e ajudou o Rio Ave a dar o primeiro passo para virar o resultado frente ao Tondela, tarefa concluída de seguida por Rafael Camacho.
Formado no Sporting, abraçou a equipa de Vila do Conde em 2019, onde se sentiu de imediato em casa. Ainda com o sonho de chegar à Seleção A bem vivo, Carlos Mané assume que recomeçou do zero depois de uma grave lesão e que está pronto para continuar a trabalhar e a evoluir. Para já, é o Craque da Semana da Primeira Liga para o Sindicato dos Jogadores.
Só precisaste de metade do jogo para deixares a tua marca. Como é estar a ver o jogo do banco, especialmente quando as coisas estão a correr mal?
Sempre com uma vontade enorme de entrar para ajudar a equipa. Analisei o jogo do banco, vi do que é que a equipa precisava e quando entrei meti isso em prática. Graças a Deus, correu bem.
Sofre-se muito ali sentado?
Sim, um bocado. Nos últimos jogos, eu não estava bem fisicamente. Voltei contra o FC Porto e não correu muito bem, porque fiquei muito tempo sem treinar. Tivemos uma conversa com o mister e com os médicos da equipa, acharam melhor poupar-me e foi o que aconteceu. Quando entrei na segunda parte já me senti melhor e consegui ajudar a equipa, que é o mais importante.
Para além de teres marcado, fizeste-o com nota artística. Quando a bola te chegou ao pé, pensaste logo em fazer "bonito" ou simplesmente aconteceu?
Nós treinamos muitas vezes este tipo de movimentos, este tipo de passes. Vi o Chico com a bola e fiz uma boa desmarcação, como fazemos no treino. Quando a bola chegou aos meus pés, vi que o guarda-redes estava um bocadinho adiantado e quando isso acontece o melhor a fazer é meter a bola por cima.
Depois de duas passagens pela Alemanha, onde tiveste algum azar, vais na segunda época no Rio Ave, com bastante regularidade. Já te sentes em casa aí?
Sim, claro. Desde o primeiro dia que cheguei ao Rio Ave que me sinto em casa. As pessoas aqui são bastante acolhedoras, receberam-me muito bem e onde posso retribuir é em campo. Dar o meu máximo para poder ajudar o clube.
Levas já três golos esta temporada. Superares a tua melhor época, em que marcaste por nove vezes, ainda é possível?
Acho que é, ainda faltam muitos jogos. Agora estamos só focados no campeonato e com este mister estou a jogar numa posição onde sempre gostei de jogar, mas que na minha carreira nunca foi possível – mais por dentro, perto do avançado e perto da baliza. Com este treinador estou mais perto de fazer golos ou assistências para os meus colegas. O ano passado, com o mister Carvalhal joguei aí um jogo, mas depois lesionei-me. Fiquei parado uma semana e a seguir o mister mudou a tática, a equipa jogou bem e continuamos com uma tática onde eu jogava mais na linha, não tão por dentro.
Estiveste nos Euros de sub-19, sub-21 e nos últimos Jogos Olímpicos. O sonho de representar a Seleção A ainda continua vivo?
Sim, claro. É um desejo meu, um sonho. Infelizmente tive uma lesão, numa altura em que acho que estava mais perto da Seleção, no Estugarda, onde estava a jogar muito bem. Tinha muitos clubes top da Alemanha a quererem-me e acho que se não me lesionasse naquela altura ficava mais próximo da Seleção A. Como já disse, comecei do zero. E não tenho problema nenhum em dizê-lo. Agora tenho de continuar a trabalhar, para poder chegar o mais longe possível.
E no resto da época, agora que estão numa nova fase no Rio Ave, com o Miguel Cardoso, aonde achas que ainda podem chegar?
Nós vamos trabalhar jogo após jogo. O mister já nos conhece bem, trabalhou com muitos jogadores aqui da equipa e conhece bem o clube. Acho que estamos a jogar bem, no último jogo já jogamos bem na segunda parte, vamos continuar a trabalhar para poder conquistar o máximo de pontos possíveis.