Entrar, marcar e dar a permanência ao Covilhã


Lewis Enoh fechou o resultado, os serranos venceram o campeão Estoril e garantiram a manutenção na Liga 2.

Chegou a Portugal com apenas 19 anos e, apesar de a adaptação não ter sido fácil e de já ter jogado em várias ligas europeias, garante que é em terras lusas que se sente em casa. Lewis Enoh está a fazer a sua primeira temporada ao serviço do Covilhã e, ainda que admita que a época não foi perfeita, foi ele que selou a vitória que garantiu ao clube a permanência na Segunda Liga.

O jogo ficou marcado pelo momento de fair-play de Wendel, que deixou passar a oportunidade de fazer o golo da vitória, quando viu que um dos seus adversários se tinha lesionado. Como a sorte protege os audazes, o 3-2 acabou mesmo por chegar, já perto do final do jogo, pela cabeça de Enoh, depois de uma grande assistência de Filipe Cardoso.

Lewis Enoh é o Craque da Semana da Liga 2 para o Sindicato dos Jogadores.

Regressaste aos golos e o Covilhã às vitórias. Como foi marcar o golo que garantiu ao clube a permanência na Segunda Liga?
Foi um momento bom para nós, para a equipa. Antes desse golo tínhamos feito o empate, que já nos dava tranquilidade no que toca à classificação. Portanto, para mim, o golo do empate é que nos deu confiança e daí chegámos aos 3-2, o que é muito bom. Conquistámos a vitória e ficámos ainda melhor, garantindo já a manutenção.

Estes três pontos deram a motivação necessária à equipa para fechar a época com uma vitória?
Sim, claro. Nós entramos em qualquer jogo para ganhar. Quando o jogo começou o nosso objetivo era os três pontos, para conseguir uma melhor classificação na tabela, e fizemo-lo. Considero que isso é o fruto do nosso trabalho.

O golo da vitória poderia ter sido feito pelo Wendel, num lance que ficou marcado pelo fair-play. Toda a equipa percebeu de imediato a atitude dele?
Claro! A equipa não podia reagir de outra forma, concordamos todos com o Wendel. Ele decidiu meter a bola fora e, claro, nenhum de nós ia reclamar, estávamos todos de acordo com ele. Antes de tudo, o futebol é só um jogo e a vida dos jogadores vale muito mais do que isso. Quando um colega está no chão, mesmo que seja da equipa adversária, temos que fazer de tudo para o ajudar.

Esta foi a tua primeira época no Covilhã. Está a correr como esperavas?
Sinceramente, não, não está. Eu gostava de acabar a época de outra forma, em termos de classificação, aquilo que joguei, em termos de ajudar a equipa…. De qualquer maneira, sinto-me feliz, estou bem, sinto-me muito bem na Covilhã e estou a gostar muito.

Chegaste a Portugal com apenas 19 anos. Naquela altura, a adaptação foi fácil?
Não. Na altura era muito mais complicado do que é agora. Chegávamos aqui, não sabíamos falar português, não tínhamos muitos africanos para nos ajudar, a maioria dos jogadores eram brasileiros e era muito complicado. Felizmente, tinha jogadores mais velhos na equipa, portugueses, que eram muito boas pessoas e me conseguiram ajudar. Mas não era fácil, era muito mais complicado do que atualmente.

Estiveste no estrangeiro, na Bélgica e na Roménia, durante quatro anos, mas acabaste por regressar. Voltar ao futebol português sempre fez parte dos teus planos?
Sempre. Eu já disse muitas vezes aos meus colegas, aqui em Portugal sinto-me em casa. Já estive na Bélgica, na Roménia e até em Espanha, mas aqui em Portugal, sinto-me diferente, muito mais à vontade, muito mais em casa. Sempre que tenho uma proposta para voltar ou para ficar cá, não penso duas vezes.

Já começas a pensar na próxima temporada ou por agora o foco é apenas o Académico de Viseu?
Não, agora temos de nos focar no jogo com o Académico de Viseu. Ainda temos muito tempo para começar a pensar na próxima temporada. Por agora, ainda temos mais um jogo, depois vamos de férias para descansar e só depois começamos a falar da próxima temporada.

Foto: Nelson Manteigas.

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