Telmo Fernandes reacendeu a esperança de levar o Maria da Fonte até ao terceiro escalão do futebol português. Quando a equipa já estava dada como “arrumada” da luta por um lugar nos dois primeiros da Série 2, o avançado de 36 anos marcou um golo solitário que valeu os três pontos à equipa do distrito de Braga frente ao Fafe.

Entre o trabalho e o futebol, Telmo admite a vontade de vir a jogar na Liga 3, apesar de assumir que não será fácil. Dividido entre a vida profissional e a paixão pela bola, é ainda um dos mais experientes do plantel e sente-se responsável por ajudar os “meninos” da equipa.

Depois de trazer o Maria da Fonte de volta à luta, Telmo Fernandes é o Craque da Semana do Campeonato de Portugal para o Sindicato dos Jogadores.

Qual foi o sentimento de marcar o golo que devolveu ao Maria da Fonte a possibilidade de subir à Liga 3?
O sentimento foi muito bom. Fiquei muito contente, porque a equipa tem trabalhado no limite e infelizmente os resultados não têm aparecido. Não é por falta de qualidade, nem de empenho, nem de atitude, mas sim por mera infelicidade. Ontem foi um sentimento bom porque já nos davam como arredados desse objetivo e agora, apesar de não dependermos só de nós, é possível. Foi uma boa lufada de oxigénio.

A promoção ao novo escalão era um objetivo que tinham definido no início da temporada?
Não. O nosso objetivo era terminarmos nos cinco primeiros. Depois, claro, entrarmos na luta e se der para subir… era um excelente feito para o clube.

Sendo um dos mais experientes, sentes-te “responsável” por fazer a equipa acreditar que tudo é possível?
Sim, eu tento passar alguma da experiência que tenho, alguns sentimentos…. Às vezes os mais novos podem entrar mais nervosos ou assim e nós, mais velhos – não só eu, mas também o Luiz Alberto – tentamos dar ali algumas indicações para que eles se sintam mais confortáveis dentro de campo.

Tens 36 anos, mas a idade ainda não se nota quando olhamos para os teus números esta época. Ainda sentes força e vontade para continuar a jogar?
Claro que sim. Espero continuar a jogar enquanto me sentir bem. Não sei durante mais quantos anos, mas que não me vejo para já a acabar a carreira isso não, não vejo.

Estrear a Liga 3 faz parte dos teus desejos pessoais?
Pois, isso… Não sei. Como eu trabalho, não sei o que é que isso iria acarretar. Na minha idade não posso abdicar do meu trabalho para ser profissional de futebol. Não posso trocar uma coisa certa por outra incerta. Vamos ver, não sei. Não sei o que é que entrar na Liga 3 acarreta, não sei se dá ou não para conciliar com o trabalho. É uma questão de depois se ver, mas, claro que gostava.