A tacada da subida


Raphael Guzzo bisou na vitória que ditou a promoção do Vizela à Primeira Liga.

O Vizela está de regresso à Primeira Liga, 36 anos depois da sua primeira e única presença. Na última jornada, a depender só de si, venceu o Vilafranquense por 5-2. Raphael Guzzo esteve, uma vez mais, em destaque e assinou dois dos golos dos vizelenses, fazendo o seu primeiro bis da época.

Depois de uma temporada bem conseguida por parte do médio de 26 anos, chegou a altura de festejar e regressar ao principal escalão, após ter deixado passar a oportunidade no início da sua carreira.

Raphael Guzzo é o Craque da Semana da Liga 2 para o Sindicato dos Jogadores.

No último jogo fizeste o teu primeiro bis da época e os golos foram sempre desatando o nó do empate. Foi o melhor jogo possível para bisares?
Foi, acima de tudo, talvez um dos jogos mais importantes que tive na minha carreira pelo que estava em jogo. Não poderia pedir melhor – subir de divisão e poder contribuir com dois golos. Foi incrível e certamente o jogo ideal para que isso tivesse acontecido.

Já reparámos que sempre que marcas um golo, o teu festejo simula uma tacada de golfe. Tem algum significado especial que possas partilhar?
[risos] Tem sim! O meu pai e o meu irmão são fãs de golfe e jogam muitas vezes. Em tempos tinha dito que um dia ia festejar dessa forma. Entretanto, o mister deu-me a alcunha de “Tiger Woods”, porque sabia que o meu irmão jogava muito bem golfe, e quando isso aconteceu pensei que era desta que ia fazer o festejo. O festejo teve repercussão e continuei sempre a fazê-lo.

O Vizela entrou em campo a depender apenas dele próprio e passou o teste com distinção. Era este o desfecho que esperavas quando chegaste ao clube no final de janeiro?
Acima de tudo, nós nunca falámos mesmo sobre subir de divisão. Encarávamos apenas o próximo jogo como mais um desafio que tínhamos. Talvez uma das razões para o sucesso tenha sido isso mesmo – o facto de encararmos os jogos com muita tranquilidade e, acima de tudo, nos divertirmos a fazer o que mais gostamos dentro do campo.

Em 2016 assinaste pelo CF Reus, onde jogaste por duas épocas. Esta experiência em Espanha foi importante para o teu crescimento enquanto jogador?
Bem… é uma pergunta um pouco difícil, pois passei um momento muito complicado lá, as coisas não correram como idealizei. É algo que me fez crescer, sem dúvida, porque nem sempre crescemos só com as coisas boas. Aliás, acho que crescemos muito mais na adversidade.

Agora, seis anos depois, sentes-te preparado para regressar e, quem sabe, afirmares-te na Primeira Liga?
Sinto-me, acima de tudo, feliz e encaro isto como uma oportunidade, oportunidade essa que não sabia se a ia voltar a ter. Tive a primeira experiência com 20 anos e, ao contrário de muitos jogadores, a mim foi-me dada a possibilidade de jogar na Primeira Liga muito cedo. Não a aproveitei, desperdicei-a por culpa própria. Mas sem dúvida que estou muito feliz por poder continuar a divertir-me dentro de campo, só que desta vez no primeiro escalão.

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