Opinião: “A reta final”


Presidente do Sindicato dos Jogadores e o aproximar do fim da época desportiva 2022/23.

No artigo de opinião desta semana, publicado no Record, o presidente do Sindicato dos Jogadores, Joaquim Evangelista, analisa a parte final da época desportiva 2022/23 e comenta o crescimento do futebol feminino em Portugal:

“A época 2022/2023 entrou na fase dos desfechos em diferentes competições. Só neste fim de semana, o Belenenses juntou-se ao Leiria no regresso às competições profissionais, o Moreirense confirmou o regresso ao nosso principal escalão, com a conquista da II Liga, e no futebol feminino o Benfica venceu o tricampeonato. Dezenas de jogadores e jogadoras a quem quero deixar os mais sinceros parabéns pelo trabalho árduo e sacrifícios, que culminaram nestas conquistas.

Apesar de ser cedo para um balanço da época, posso antecipar que se denotou uma preocupação acrescida com a eficácia do licenciamento e controlo financeiro dos clubes, tendo os participantes na Liga 3 consolidado uma maior estabilidade nas relações contratuais com os jogadores, algo que não se via no formato anterior do Campeonato de Portugal.

No futebol feminino regista-se um crescimento do número de profissionais e esperamos alcançar um acordo coletivo de trabalho que garanta estabilidade, mas também progresso nas condições laborais das nossas atletas. Além disso, o diagnóstico está feito quanto à necessidade de um quadro legal e regulamentar mais eficaz no escrutínio das sociedades desportivas e seus investidores, com a transparência e prestação de garantias que evitem casos de rutura ou incumprimento prolongado, como se verificou em vários projetos ao longo da época.

Os casos de assédio moral e laboral são outro domínio onde é preciso, claramente, intervenção. A fase de decisões é sempre marcada por momentos de tensão. Se em relação aos profissionais dentro de campo se pode compreender a ansiedade e excessos na disputa pelos derradeiros objetivos, dos que estão do lado de fora, em especial os dirigentes, espera-se uma intervenção séria, que garanta a tranquilidade de que o nosso futebol precisa.”  

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