“Ser futebolista é o que se faz dentro e fora de campo”
Aos 19 anos, Nuno Félix já venceu dois títulos internacionais e tenta ser um exemplo.
Tem apenas 19 anos, mas já apresenta uma maturidade acima da média. Nuno Félix sabe que o futebol não dura para sempre, mas ainda tem muitos sonhos por cumprir como jogador.
O médio que se tem destacado na equipa B do Benfica tenta ser um exemplo para os colegas, não só dentro como fora de campo.
Quando começaste a jogar futebol tinhas o objetivo de ser profissional?
Comecei mais pela diversão e paixão ao futebol, mas com o passar do tempo foi uma coisa que eu sempre tinha como objetivo na vida. Acho que agora estou no bom caminho para alcançar esse sonho.
Estás no Benfica desde os 12 anos. Foi difícil saíres de Portimão e vires tão jovem para Lisboa?
Foi um bocado difícil, mas como foi para um objetivo de vida, que é ser jogador, acho que se tornou um bocadinho mais fácil. Comecei no Benfica antes de entrar no Seixal, no CFT (Centro de Formação e Treino) lá em baixo, e foi um ano que me preparou para estar mais adaptado quando viesse cá para cima.
Como é que te descreves enquanto jogador?
Sou um jogador que gosta de estar numa equipa que tem a bola, de atacar e acho que sou bom no passe e na visão de jogo. Acho que esses são os meus pontos mais fortes.
Sempre foste médio ou, no início do teu percurso como jogador, jogaste noutras posições?
Sempre joguei a médio. Houve uma fase no Benfica, como iniciado A, em que joguei a maior parte da época a central, mas depois voltei para médio e até agora tem sido sempre a posição em que mais joguei.
“O futebol vai acabar um dia. Vou deixar de jogar e gostava de estudar algo que me interessasse.”
Tens algum ídolo ou jogador que tenhas como referência no futebol?
Gosto de vários jogadores na minha posição. Gosto muito do Modric, do Rodri e do Kanté.
Tentas ser um exemplo para os teus colegas, dentro e fora de campo?
Tento ser um exemplo porque acho que ser jogador de futebol não é só o que se faz dentro de campo, mas também fora dele. Se conseguirmos equilibrar e passar uma boa imagem para a malta mais jovem, é um bom trabalho que fazemos.
Tens apenas 19 anos. Como está a tua situação escolar? Já entraste na faculdade?
Não. Quando acabei o 12.º ano pensei continuar a estudar, mas achei que era muito difícil conciliar as duas coisas. Mas o futebol vai acabar um dia. Vou deixar de jogar e gostava de estudar algo que me interessasse.
És de uma família de futebolistas. O teu irmão João também está na formação do Benfica e tens outros dois irmãos a jogar em Portimão. Tens a ambição de jogar com o teu irmão João na equipa principal do Benfica? Era algo que te deixaria orgulhoso?
Sim, ter o meu irmão aqui comigo é um orgulho e também me ajuda, porque vivo com ele e é mais fácil viver com uma pessoa a que já estamos acostumados. Também joguei com ele em simultâneo nos sub-23 do Benfica e foi uma boa sensação, mas quando estamos dentro de campo não pensamos muito nisso.
“Temos de manter sempre os pés bem assentes na terra porque, de um dia para o outro, tudo pode mudar.”
Já tens dois títulos internacionais, a Youth League e a Intercontinental de Sub-20. Vencer uma prova internacional como sénior está nos teus planos?
Claro. As competições internacionais são provas que todos os jogadores têm o objetivo de conquistar porque têm uma grande visibilidade e é onde jogam as melhores equipas do mundo. Por isso sim, é um objetivo que tenho em mente.
Como é que se lida com o sucesso numa idade tão jovem?
O sucesso é uma consequência do que fazemos no campo e se estivermos bem, o sucesso aparece e temos de saber conciliar. Temos de manter sempre os pés bem assentes na terra porque, de um dia para o outro, tudo pode mudar.
Onde é que te vês daqui a 10 anos?
Vejo-me com uma carreira estável, num bom nível, mas não posso só falar porque dia após dia tenho de trabalhar para lá chegar. Gostava de estar num patamar alto.
O que ambicionas para a tua carreira enquanto jogador profissional e o que te vês a fazer quando o futebol acabar?
Em termos profissionais é ter uma carreira estável, jogar sempre ao mais alto nível, ajudar os clubes por onde passar e, se possível, representar a Seleção Nacional. Em termos pessoais, na vida fora do futebol, gostava de estar sempre ligado ao futebol, mas se não der, gostava de abrir um restaurante em Portimão.
Qual é o maior sonho da tua carreira?
O meu maior sonho é alcançar um título com a Seleção Nacional. Um Campeonato do Mundo ou um Europeu.