Sindicato dos Jogadores apoia ação da FIFPRO Europa e Ligas Europeias
Medidas legais contra a FIFA reforçam a necessidade urgente de rever calendários e combater sobrecarga.
O presidente do Sindicato dos Jogadores, Joaquim Evangelista, concorda com a ação interposta pela FIFPRO Europa e Ligas Europeias, junto da Comissão Europeia, relativamente ao calendário de jogos internacional:
“Na sequência do anúncio da FIFPRO Europa e Ligas Europeias, o Sindicato dos Jogadores vem manifestar o seu apoio a esta ação contra a FIFA junto da Comissão Europeia, que visa uma mudança séria na forma desregulada como o calendário internacional tem sido organizado.
O Sindicato dos Jogadores reforça que, embora a FIFA, enquanto organismo máximo do futebol, e muito em particular a forma unilateral como conduziu o processo de criação do Mundial de Clubes, mereça especial censura, vários outros organizadores de competições internacionais (tanto de clubes como seleções) têm manifestado pouco interesse em preservar a saúde, o bem-estar e a melhor performance dos futebolistas de elite, que manifestamente estão a atingir o seu limite.
Ao mesmo tempo, a sobreposição frenética de competições retira espaço e visibilidade a pequenas e médias ligas ou competições emergentes como as femininas, o que indiretamente, sem prejuízo dos mecanismos de redistribuição de receitas que existem, põem em causa a sustentabilidade de milhares de postos de trabalho, em diferentes países.
Este não é um problema que se resolva com autoritarismo ou visões isoladas. Requer que os dirigentes com responsabilidade tenham a capacidade de se entender sobre um modelo competitivo global, que preserve o talento, a imprevisibilidade e qualidade sem a qual o futebol como o conhecemos deixará de existir.
Não pode valer tudo e a União Europeia, enquanto garante do modelo europeu do desporto, tem o dever de preservar direitos e garantias fundamentais dos futebolistas, combatendo uma sobrecarga que desrespeita regulamentos, recomendações científicas e acordos coletivos de trabalho, gerando enormes desequilíbrios na indústria.”