A FIFPRO divulgou um relatório acerca da sobrecarga competitiva na época 2023/24. Os números – de minutos, jogos, convocatórias e viagens – continuam a aumentar e o organismo internacional prevê mesmo que esta temporada os jogadores de topo ultrapassem os 80 jogos.

Julián Álvarez foi o jogador com mais jogos disputados na época transata (75) e com maior presença nas convocatórias (juntando o clube e a Seleção foram 83). No entanto, não foi o jogador que mais minutos somou. Aursnes, que aliviou parte da sua carga competitiva ao renunciar à seleção norueguesa, continua a ser o jogador que mais tempo passou em campo, seguido de Cristiano Ronaldo.

A nível de convocatórias, Álvarez é o único que foi chamado mais de 80 vezes, numa lista que inclui três portugueses no top-10. Entre Seleção Nacional e clubes, Rui Patrício surge na quarta posição, com 76 convocatórias, seguido de António Silva e Rúben Dias, ambos com 74.

Por outro lado, ao número alarmante de jogos, a FIFPRO alerta para o desgaste provocado pelas viagens longas. Com mais viagens (maior número de horas passado em viagem e quilómetro percorridos), estão os jogadores sul-americanos que atuam na Europa. No top-10, há apenas uma exceção: Hidemasa Morita. O jogador do Sporting e internacional japonês somou, só na época passada, 186 horas de viagem, com mais de 142 mil quilómetros percorridos.

Esta temporada, com a alteração do modelo das competições europeias, com os compromissos das Seleções Nacionais, e ainda com o Mundial de Clubes, é expectável que os jogadores de topo acumulem mais jogos que nunca e teme-se que o desgaste físico se traduza, mais do que em futebol de pouca qualidade, em lesões mais graves e mais recorrentes.