Jorge Braz anunciou a lista de eleitos para o Europeu 2022 no dia 30 de dezembro, para fechar bem o ano. Entre os 14 convocados, há baixas e novidades. Ricardinho despediu-se da Seleção no Campeonato do Mundo e, desta feita, os campeões mundiais Bebé, Vítor Hugo e Miguel Ângelo ficaram de fora. Por outro lado, regressaram à convocatória Cardinal, que falhou o Mundial devido a lesão, e Edu, que ficou de fora, apesar de convocado, por causa da Covid-19.

João Marçal, ex-internacional e ainda jogador de futsal que já representou, entre outros, Benfica e Sporting, falou ao nosso site sobre a convocatória e as perspetivas para esta competição.

Campeões do Mundo e da Europa em título, Portugal entra com o rótulo de favorito, no entanto, João Marçal prefere o discurso de Jorge Braz: “À imagem do que disse o selecionador, não [entramos] como favoritos, mas como candidatos.”. Dando o exemplo do jogo amigável frente a Espanha, no qual Portugal saiu derrotado, o ex-internacional afirma que “somos não favoritos, mas candidatos, tais como outras equipas que também têm grandes seleções.”

Em relação aos 14 homens escolhidos por Jorge Braz, João Marçal não poderia estar mais de acordo. “Cada um fazia uma seleção diferente, mas eu acho que neste momento sim, serão esses os que estão mais aptos para competir no Europeu”. Considera ainda que o regresso de Cardinal à convocatória “vai ajudar e acrescentar ainda mais qualidade ofensiva à equipa de Portugal”, uma vez que “é um goleador nato” que “de um momento para o outro, e com uma facilidade tremenda, faz golos de todas as maneiras e feitio.”

Como revés, está a retirada de Ricardinho. “O Ricardinho, na minha opinião, foi o melhor e dificilmente haverá alguém melhor do que ele” e, como tal, “é sempre um elemento a ter em conta, que tem um grande peso e para os adversários é sempre temido”. Sem a grande estrela, “Portugal vai passar agora por uma fase de adaptação e nalguns jogos poderá, eventualmente, sentir um bocadinho mais a falta do Ricardinho”, mas, João Marçal acredita que “com o desenrolar dos jogos, vai deixar de se notar [a falta de Ricardinho]”.

O Euro’22 arranca a 19 de janeiro, com Portugal a dar o pontapé de saída frente à Sérvia. Inseridos no Grupo A, o grupo da equipa lusa, estão ainda a anfitriã Holanda e a Ucrânia.

Uma vez mais, João Marçal reforçou a qualidade de Espanha, considerando-a a equipa mais forte, a par de Portugal: “São as duas seleções mais fortes e em princípio passará por uma delas o campeão europeu”. “A Rússia é uma potência, o Cazaquistão, à imagem do Mundial, também vai ser uma equipa forte e Itália também está a renovar a sua equipa, mas não penso que seja já neste Europeu que teremos uma equipa mais forte”. Assim, crê que “a luta pelo Europeu será entre Portugal e Espanha.”

O Europeu 2022 realiza-se entre 19 de janeiro e 6 de fevereiro, na Holanda, e conta com a participação de 16 seleções.

Recorde os 14 escolhidos por Jorge Braz:

Guarda-redes: Edu (Valdepeñas/Espanha) e André Sousa (Benfica);
Fixos: André Coelho (Barcelona/Espanha), João Matos (Sporting) e Tomás Paçó (Sporting);
Fixo/Ala: Afonso Jesus (Benfica);
Alas: Pany Varela (Sporting), Bruno Coelho (Napoli/Itália), Pauleta (Sporting) e Tiago Brito (Sp. Braga);
Universais: Erick Mendonça (Sporting) e Fábio Cecílio (Sp. Braga);
Pivôs: Zicky Té (Sporting) e Cardinal (Sporting).