“Portugal está cada vez mais forte e mais preparado”


Bebé, campeão da Europa e do mundo, antevê a meia-final frente à Espanha.

Portugal volta a marcar presença nas meias-finais de um Europeu de futsal e, uma vez mais, encontra a sua vizinha Espanha numa fase final. Se olharmos, aliás, à conquista do título em 2018, temos esta sexta-feira, uma final antecipada.

Portugal-Espanha é já um clássico do mundo do futsal. As seleções ibéricas já se defrontaram por 32 vezes e, apesar das estatísticas estarem contra os portugueses, que só venceram o duelo em três ocasiões, a verdade é que no Euro 2018 levámos a melhor na final e no Mundial 2021 deixámos os espanhóis para trás nos quartos de final.

Esta sexta feira, dia 4 de fevereiro, Portugal volta à quadra para defrontar a seleção espanhola, às 19 horas, num jogo que vai decidir quem avança até à derradeira final. Bebé, guarda-redes campeão do mundo e da Europa, falou ao nosso site, antevendo a partida decisiva.

“Vai ser um jogo contra uma seleção que está habituada a este tipo de jogos, no sentido em que sempre chegou às meias-finais de Europeus e, portanto, está muito acostumada. Vai ser um jogo difícil”, começou por adiantar Bebé. A esta experiência dos espanhóis, junta-se ainda a qualidade individual que o guarda-redes e internacional fez questão de destacar, começando por alertar para a qualidade de Sergio Lozano: “O Lozano é um jogador diferenciado e é o maior perigo apontado à nossa baliza”. No entanto, não se ficou por aqui. Além dos experientes Raúl Campos e Ortiz, capitão da seleção, Bebé alertou para um recém-chegado que pode decidir o jogo. Solano “é um pivô de referência e acaba por dar outras soluções atacantes à seleção espanhola”. À atenção dos portugueses deve então estar “o jogo de pivô que pode causar perigo e a qualidade do Sergio Lozano”, o melhor da La Roja, na opinião de Bebé.

Por outro lado, também Portugal tem armas para atacar, estando “cada vez mais forte e mais preparado”, com “jogadores cada vez mais qualificados e equipas técnicas mais preparadas”. Apesar de admitir que “uma das características da nossa Seleção é o coletivo” e, como tal, “todos os jogadores mantêm um nível alto”, Bebé não deixa de fazer alguns elogios em particular. “É impossível não falarmos do Afonso [Jesus]. O Afonso tem tido participação na maioria dos golos, tem estado muito bem”. Por outro lado, o experiente jogador não se abstém de admitir que, na sua opinião, “o nosso melhor jogador é, claramente, o Pany Varela”, sendo aquele que considera fazer-se sobressair num coletivo de grande qualidade.

Da quadra para o sofá, Bebé não tem dúvidas de que se “sofre muito mais como adepto do que como jogador”, acrescentando que a assistir aos jogos a partir de Portugal começa “logo a sofrer a dois, três dias do jogo”, algo que não acontece quando é chamado a defender.

Bebé falou ainda da outra meia-final, Ucrânia-Rússia, que está assombrada por conflitos políticos. Começando por considerar que se trata de um assunto “muitíssimo delicado”, destacou a atitude dos ucranianos durante todo o Europeu. “Têm sido exemplares e é uma seleção muito focada, que procura fazer aquilo que eles sabem e aquilo que é o seu plano para o jogo”. Por outro lado, evidenciou ainda diferenças entre as duas seleções que podem fazer esquecer o mundo fora da quadra. “É também uma seleção muito fechada [Ucrânia] e, portanto, muito diferente da Rússia que tem Robinho, Nando, Paulinho e Éder Lima. Quatro jogadores brasileiros. Isso acaba por atenuar um pouco essa questão, mas é um assunto muito delicado.”

Portugal procura agora a sua quarta vitória frente a Espanha, que lhe dará o precioso lugar na final, onde poderá lutar pela revalidação do título de campeão da Europa e iniciar um novo legado sem Ricardinho.

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