Em 23 de fevereiro de 1972 foi constituído o Sindicato dos Jogadores Profissionais de Futebol.

A primeira comissão diretiva, composta por Artur Jorge, Eusébio, António Simões, Fernando Peres, Rolando, Manuel Pedro Gomes e João Barnabé, entre outros, no primeiro comunicado que emitiu exigiu o fim da “lei da opção” e respeito pelas garantias laborais dos jogadores.


 

Os primeiros presidentes, Artur Jorge, Agostinho Oliveira, Vasco Gervásio ajudaram a estabelecer a organização e foram fundamentais na criação de condições para que o Sindicato se viesse a afirmar. Importa destacar neste período a ação de um homem, João Arouca, que garantia a ligação entre os jogadores e o Sindicato.

Em 1985, no mandato de José Eduardo, o Sindicato dos Jogadores integrou formalmente a FIFPro e, logo no ano a seguir, deu-se o caso “Saltillo”, uma das primeiras manifestações de força do Sindicato, com Bento, guarda-redes da Seleção Nacional, a ser o porta-voz.

Com José Couceiro na presidência, assessorado por Paulo Relógio, o Sindicato profissionalizou a sua estrutura, assumindo-se como interlocutor com o Estado e organizações desportivas e garantiu a assinatura do primeiro contrato coletivo de trabalho com a Liga de Clubes.

Em 1995, os membros da FIFPro celebravam o acórdão Bosman, decisão do Tribunal de Justiça da União Europeia que revolucionou o sistema de transferências da FIFA.

O Sindicato passou, além de sócio ordinário da FPF, a integrar o Conselho Nacional do Desporto, órgão consultivo do governo, em representação dos praticantes. Com António Carraça, o Sindicato ganhou dimensão internacional, tendo vindo a integrar o Board Mundial da FIFPro, iniciando a aposta na educação e na empregabilidade, sendo o primeiro Estágio do Jogador, iniciativa de caráter social, no seu mandato.

Nestes 50 anos, o Sindicato garantiu um contrato coletivo de trabalho e uma lei do praticante desportivo que consagram direitos fundamentais. O direito ao salário, salários mínimos para as competições, às férias, à proteção social e no desemprego, a desvinculação desportiva e o regime de compensação pela formação estão hoje consolidados.

Depois de anos a combater o incumprimento salarial conseguimos implementar uma comissão de auditoria, o controlo financeiro e o Fundo de Garantia Salarial. Acabámos com as declarações que os jogadores eram pressionados a assinar para validar o cumprimento e hoje o ónus da prova recai sobre os clubes, exigindo-se certificação pelos revisores oficiais de contas.

Conquistámos um regime de acidentes de trabalho que protege os jogadores no infortúnio e um Fundo de Pensões que garante a poupança e pós-carreira.

Atualmente, o Sindicato assume uma visão holística dos problemas que afetam os jogadores e jogadoras, desenvolvendo projetos em diferentes áreas estratégicas.

A educação é assumida como uma prioridade pelo Sindicato, através da aposta nas carreiras duais, da qualificação para conclusão da escolaridade obrigatória, acesso ao ensino superior e formação à medida, através de diferentes protocolos e incentivos financeiros.

O apoio jurídico-laboral tem sido o principal serviço do Sindicato, através de uma assistência especializada, e assistência financeira para que os nossos associados possam exercer os seus direitos.

Ao nível da proteção social, conseguimos a medida histórica de implementar o Fundo de Pensões, continuando a trabalhar nas medidas legislativas e convencionais que permitirão estender este instrumento a todos os jogadores e jogadoras profissionais.

Na saúde, priorizamos a proteção do jogador, dando destaque à saúde mental e respetivo acompanhamento dos atletas nas diferentes fases da sua carreira.

Na relação com a comunidade, assumimos o combate ao racismo, discriminação, xenofobia, homofobia, integrando diferentes projetos nacionais e internacionais. Promovemos uma intervenção ativa dos jogadores em causas sociais e o apoio a instituições que fazem a diferença na promoção de valores como a igualdade, a prevenção contra a violência, a assistência e apoio social.

Fomos pioneiros na promoção do futebol feminino e defesa da igualdade de género, estando na linha da frente pela defesa de condições de desenvolvimento sustentado para a modalidade.

Estamos na linha da frente na proteção do jogo, no combate ao match-fixing e ao doping, bem como na defesa da integridade e dos valores éticos associados ao desporto. Estendemos, ainda, o apoio profissional ao futebol amador.

Hoje, asseguramos o futuro, com a inauguração do Campus do Jogador, um espaço multidisciplinar que faz a ponte entre a comunidade e o desporto, onde os jogadores poderem dar resposta aos desafios que a profissão lhes coloca, nomeadamente empregabilidade e formação profissional.