SJPF ao lado de Daniel Faria


Na sede do SJPF, o jogador do Gil Vicente anunciou publicamente o abandono forçado da carreira devido a lesão grave.

É uma vida inteira dedicada ao Gil Vicente que cai por terra por causa de um joelho. Daniel Faria, de 27 anos, entrou para o clube de Barcelos nos iniciados e seguiu a viagem futebolística até aos dias de hoje. Mas uma lesão grave força-o agora a abandonar os relvados para sempre. Neste momento difícil, o Sindicato dos Jogadores Profissionais de Futebol esteve ao lado do defesa.

"Quero agradecer ao SJPF e a todos os que me prestaram apoio. O presidente Joaquim Evangelista foi excecional nesta fase. Não é uma situação fácil pôr termo à minha carreira, como devem imaginar. O futebol é assim, tenho de me agarrar às coisas boas que aprendi. Se for possível, estarei brevemente de regresso ao mundo do futebol. Este capítulo fechou-se", explicou Daniel.

Aos 16 anos, Daniel Faria assinou contrato profissional e mais tarde, já nos seniores, acabou por ser emprestado ao Atlético de Valdevez por duas temporadas, onde foi campeão da III Divisão, ascendendo à 2ª Divisão B. Nessa altura, o regresso ao Gil foi definitivo.

“Em 2012”, conta Daniel ao SJPF, “num jogo contra o Nacional da Madeira, fiz um carrinho e tive uma lesão no menisco interno. Fui operado mas a recuperação não correu lá muito bem e fiz uma rotura parcial do tendão quadricipital”. Ainda assim, manteve a força e foi jogando. “No ano seguinte, à quarta jornada, num jogo contra o Sporting em Alvalade, não aguentei mais e saí aos 20 minutos.”

Desde então, as visitas aos médicos têm sido recorrentes. “Falei com o professor Noronha, o médico que me operou, e fiz uma artroscopia para ver qual era o problema mas acabei por continuar com dores e, passado algum tempo, fui aconselhado a fazer uma nova cirurgia que consista na raspagem do tendão, para verse regenerava. De novo, não resultou e cheguei a este ponto, após dois anos sempre a lutar e a não conseguir ficar na melhor forma. Ouvi várias opiniões e foram sempre unânimes. Não dá mais, já chega deste calvário”, conta o defesa gilista.

À semelhança do que sucedeu em casos anteriores, o SJPF também ajudará Daniel Faria na ótica do projeto Solidariedade. Para o efeito, entregou ao atleta um cheque que o ajudará a concluir os seus estudos académicos.

A sinistralidade desportiva é infelizmente e, cada vez mais, uma realidade na vida do futebolista. Como tal está na agenda diária do SJPF, seja através de ações preventivas ou que ajudem a reparar o problema. O SJPF tem procurado estar ao lado dos que mais precisam. Vários e graves acidentes têm vitimado, nos últimos tempos, jogadores de futebol. Uns, diretamente ligados com a prática desportiva, outros, de natureza diferente, nomeadamente decorrentes de dificuldades financeiras, desemprego ou acidentes de viação. Em qualquer das hipóteses o resultado é, infelizmente, trágico. É, pois, necessário alertar e sensibilizar. Os jogadores, como agentes de uma atividade de curta duração e desgaste rápido, devem acautelar, atempadamente, o seu futuro aderindo a planos de proteção da saúde e segurança social. 

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