O defesa português Jaime Simões, que se transferiu para o Cluj há três meses, está sem receber salários desde que chegou ao clube romeno. Em entrevista exclusiva ao Sindicato dos Jogadores Profissionais de Futebol (SJPF), Jaime revela o impasse que se vive no Cluj e sublinha o apoio do SJPF nas situações mais graves.

Confirmas que o Cluj está com três meses de salários em atraso?
Sim, confirmo. Os jogadores que estão há mais tempo no clube possivelmente ainda terão mais meses de salários em atraso. Eu vim esta época para cá e vou fazer no dia 25 três meses aqui na Roménia.

Tencionas continuar no clube?
Neste momento estamos num impasse, não sabemos muito bem o que vai acontecer. Para já, vamos jogar este fim-de-2semana contra o Iasi. Nós [jogadores] decidimos em grupo e temos pensado jogo a jogo, mas não sei como vai ser daqui para a frente porque fala-se em insolvência e o certo é que o dinheiro não aparece e nós vamos jogar.

Estás arrependido de ter ido para a Roménia?
A nível pessoal, as coisas não correram muito bem aqui porque além dos problemas financeiros também não fui opção na maioria dos jogos. A estabilidade financeira é o mais importante, na medida em que estou no estrangeiro, mas jogar com regularidade não depende só de mim.

Se avançares para a rescisão, contas com o Sindicato?
Neste momento sinto apoio do SJPF no processo que me opõe ao Beira-Mar, mas ainda estou a aguardar e estou a informar-me aqui com os meus colegas de como proceder em relação à possibilidade de rescindir contrato, mas em qualquer caso de dúvida claro que vou contar com o Sindicato porque foi sempre um apoio quando tive algum problema. Sempre que contactei o SJPF ajudaram-me em todas as situações.

Caso abandones o Cluj, pretendes regressar ao futebol português ou continuar no estrangeiro?
Pessoalmente gostava de regressar ao futebol português, mas é tudo uma questão de oportunidade e ver o que aparece.

O que pensas do trabalho do Sindicato?
Penso que o Sindicato tem um trabalho muito importante e é uma grande ajuda aos jogadores de futebol porque sabem que podem contar sempre com o apoio jurídico ou a outros níveis. O SJPF mostra-se sempre disposto a ajudar e até tem o Fundo de Garantia Salarial que muitas vezes é uma ajuda para os jogadores que estão sem receber dois, três, quatro meses e que precisam de pôr comida na mesa das famílias. O Sindicato é uma grande ajuda nesse aspecto. É o único a fazer pressão sobre os clubes para que os jogadores recebam.