“Estas dívidas não têm de ser pagas por mim”


Carlos Fernandes denuncia situações graves de natureza fiscal no período em que representou o Olhanense.

O ex-jogador do Olhanense Carlos Fernandes denunciou esta segunda-feira situações graves de natureza fiscal no clube algarvio, que ocorreram entre 2009 e 2011.

“Não fizemos os descontos que deveríamos ter feito ao Fisco e à Segurança Social. Estou a ser confrontado com verbas absurdas e estas dívidas não têm de ser pagas por mim”, afirmou Carlos Fernandes durante a conferência de imprensa, que decorreu na sede do Sindicato dos Jogadores Profissionais de Futebol (SJPF).

O antigo futebolista do Olhanense revelou que esta situação é transversal a todos os jogadores que fizeram parte do plantel do clube algarvio entre 2009 e 2011, apelando a uma maior fiscalização aos clubes da Primeira Liga de forma a evitar este tipo de situações.

Carlos Fernandes, que terminou a sua carreira há três anos, foi  surpreendido com uma nota de liquidação fiscal e garantiu que o seu futuro está a ser hipotecado, devido ao facto de o Olhanense não ter cumprido as suas obrigações fiscais. “Não posso organizar a minha vida pessoal e familiar porque nos próximos dois, três anos tenho de pagar dívidas que não têm nada a ver comigo”, denunciou o ex-jogador.

O presidente do SJPF, Joaquim Evangelista, lamentou que o enquadramento fiscal seja feito à revelia dos jogadores e que o Olhanense não tenha assumido os seus compromissos.

“É lamentável que continuem a existir situações destas no futebol português. A procura de expedientes que visam diminuir os encargos com a administração fiscal e a segurança social não pode ser feita à custa dos jogadores”, disse Joaquim Evangelista, que apelou à erradicação deste tipo de fenómenos em Portugal.

“No futebol português, a montante, existem os problemas do costume, clubes exauridos com necessidade de atingir resultados desportivos imediatos sem ter capacidade económica para o efeito. Existe um sentimento de irresponsabilidade que potencia estas situações que é preciso erradicar. Os dirigentes têm de se ajustar à realidade e cumprir com as obrigações que assumem para evitar que este tipo de situações ocorra”, acrescentou o presidente do SJPF.

A finalizar, Joaquim Evangelista apelou ao presidente do Olhanense, Isidoro Sousa, que encontre uma solução e tenha uma “actuação responsável” para resolver este problema, evitando assim uma acção judicial.   

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